Os atos programados por defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o 7 de Setembro, em Brasília e outras capitais do país, não têm recebido o apoio das Forças Armadas. O teor político que tem sido dado para as manifestações, inclusive com ameaças de invasão e depredação ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e de interdições de rodovias, é motivo de preocupação dentro dos quartéis, que não querem dar respaldo a protestos que sejam marcados por episódios de violência.
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Fiemg lança Manifesto pela Liberdade com críticas ao Poder Judiciário Educação: ministro se desculpa por declarações sobre alunos com deficiênciaCâmara aprova mudanças no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicasZema sobre as manifestações no 7 de setembro: 'Momento inadequado"Leis preveem até 20 anos de prisão para policial que participe de protestosManifesto de empresários mineiros expõe divergência com a FiemgA postura do chefe do Executivo e a mobilização dos bolsonaristas para os protestos da próxima semana não são bem avaliadas entre os militares. Dentro da caserna, a análise é de que o país precisa dar uma trégua na crise entre as instituições, e não reforçá-la. Dessa forma, as Forças Armadas evitam aderir ao movimento a favor do governo para não deixar a impressão de que estariam apoiando o Executivo na rixa com o Judiciário.
Apesar da presença de militares no governo, que devem incentivar os protestos de apoiadores do presidente, a maioria das Forças Armadas não quer embarcar nas falas de Bolsonaro também para evitar que a instituição seja vista como uma aliada do chefe do Executivo em um eventual golpe. Constantemente, o presidente diz que as FAs são um "poder moderador" e que dão "apoio total"a suas decisões, discurso que não encontra respaldo nos quartéis.
Pacificação
O deputado Coronel Armando (PSL-SC), da reserva do Exército, não esconde a preocupação de que as manifestações bolsonaristas sejam marcadas por atos violentos de pessoas infiltradas. Segundo ele, por mais que os atos promovidos por apoiadores do presidente sejam normalmente pacíficos, a situação política atual pode contribuir para atitudes mais exaltadas.
“Qualquer manifestação que passe a ter episódios de depredação ou de ameaça a instituições não deve ter a participação dos militares, seja da ativa, seja da reserva”, afirmou.
O parlamentar comentou que as Forças Armadas nunca incentivaram militares a participar de manifestações de cunho político e que, portanto, não seria diferente desta vez. De todo modo, o parlamentar destacou que isso não impede que alguém compareça ao ato. Mesmo assim, ele acredita que não seria bom para a imagem da instituição a presença de militares fardados nas manifestações do feriado.
“Manifestações pacíficas e pela liberdade democrática são legítimas, mas quando um protesto toma um caráter violento por parte de alguns infiltrados, isso muda de figura. A gente não pode estar nessa situação. Esperamos um ato pacífico, pela independência do país”, enfatizou.
O deputado General Peternelli (PSL-SP), também da reserva do Exército, acrescentou que “o país precisa de tranquilidade e o bem comum para todos”. “O foco de todos nós tem de ser o cidadão e a população brasileira. Quando há polarização, temos de sempre perguntar se ela contribui ou não para o bem comum da população. A manutenção da lei e da ordem é uma atribuição legal das Forças Armadas.”