O The Guardian, um dos maiores jornais britânicos, publicou um artigo, neste domingo (5/9), sobre as manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência. O jornal destaca que os ultraconservadores vão às ruas defender a soberania do chefe do Executivo e toda a tensão que estes atos podem provocar entre as instituições brasileiras.
Leia Mais
Bolsonaro volta a criticar Alexandre de Moraes: 'Saindo da curva'Bolsonaro: 7/9 será 'ultimato para dois que precisam entender seu lugar'Flávio Bolsonaro sobre carta do 7 de setembro: 'Vai ser gigante e pacífico'''Careca ladrão'': Alexandre de Moraes é ofendido em bar e presta queixa Randolfe: 'Bolsonaro faz campanha para dar golpe de Estado'Mourão: 'Amazônia Brasileira não é o jardim zoológico do mundo'O jornal ressaltou que o ato vai defender um “líder combativo” que viu sua popularidade despencar após o surto do novo coronavírus que matou mais de 580 mil brasileiros e vários escândalos de corrupção envolvendo sua família e seu governo.
Por outro lado, o jornal também ressalta as preocupações da oposição com as manifestações. “Mas as manifestações alimentaram raiva e apreensão entre os adversários políticos de Bolsonaro, que temem que possa haver caos e violência à medida que apoiadores radicalizados e potencialmente armados, incluindo policiais, inundam as ruas”, diz.
É feita uma comparação com os apoiadores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que invadiram o Capitólio, sede do Congresso americano em Washington, durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral nas eleições presidenciais de novembro, que deram vitória a Joe Biden.
“Alguns temem que 7 de Setembro possa vir a ser a resposta do Brasil a 6 de janeiro, o dia em que apoiadores ferrenhos de Donald Trump - o ídolo político de Bolsonaro - explodiram em Washington, deixando cinco mortos. Outros temem que Bolsonaro, um ex-soldado conhecido por sua admiração por líderes autoritários, possa até mesmo estar tramando um autogolpe, pelo qual o presidente democraticamente eleito tenta tomar os poderes ditatoriais.”
O artigo também aponta que a motivação dos atos é uma tentativa de ajudar Bolsonaro a “projetar uma falsa sensação de força” no momento mais fraco desde que assumiu a presidência.
“As pesquisas mostram que mais de 60% dos brasileiros não votariam no Bolsonaro em hipótese alguma na eleição do próximo ano, com o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva aparentemente na frente para vencê-lo. Mesmo em cidades amazônicas como Sinop, onde alguns dos mais ferozes defensores do presidente são encontrados, há indícios de que o apoio está diminuindo, incluindo vários painéis de propaganda do Bolsonaro que foram vandalizados”, escreveu o jornal.
“As pesquisas mostram que mais de 60% dos brasileiros não votariam no Bolsonaro em hipótese alguma na eleição do próximo ano, com o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva aparentemente na frente para vencê-lo. Mesmo em cidades amazônicas como Sinop, onde alguns dos mais ferozes defensores do presidente são encontrados, há indícios de que o apoio está diminuindo, incluindo vários painéis de propaganda do Bolsonaro que foram vandalizados”, escreveu o jornal.
Bolsonaro chegou a dizer que ninguém precisa temer as manifestações e projetou um recorde de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, com 2 milhões de apoiadores.