Os tanqueiros vão aderir em 100% à paralisação convocada pelo sindicato da categoria para início no feriado de 7 de setembro. Esta é a expectativa do presidente do Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes. Ele reafirmou que o movimento será por tempo indeterminado, a despeito de outros segmentos do setor de transportes se manifestarem contrários à adesão de suas categorias à convocação de manifestações no Dia da Independência.
Segundo o presidente da entidade, não haverá um local específico de concentração e cada grupo deverá cruzar os braços nos pontos de abastecimento. "Eles não vão abastecer e permanecerão parados até que haja uma resposta do governador de Minas sobre a questão do ICMS." Gomes atribui o alto preço dos combustíveis "somente" aos valores do ICMS cobrados pelos estados.
Irani Gomes destacou que se trata de manifestação pacífica, que fará parte da convocação dos atos em todo o país dos apoiadores das políticas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele também confirmou que o 7 de setembro será apenas o início do movimento, "sem data para acabar". E admitiu que haverá consequências no abastecimento de postos de combustíveis e aeroportos. Ele estima que a adesão envolva 3 mil tanqueiros em Minas Gerais.
O anúncio de adesão foi divulgado na sexta-feira (3/9). No mesmo dia, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informou que uma eventual participação de caminhoneiros nas manifestações do dia 7 de setembro "representará a vontade individual" do transportador, mas não deixou claro se apoia ou não as manifestações ou se orienta a adesão de seus associados.
A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista divulgou, no sábado (4/9), nota afirmando que "repudia veementemente qualquer ação ou pretensão declarada que viole as garantias constitucionais do Estado Democrático de Direito e da coexistência de poderes institucionais independentes e harmônicos entre si". A nota foi assinada pelo deputado federal Nereu Crispim (PSL/RS).
O governo do estado esclareceu, por nota, que as alíquotas não passaram por alterações recentemente. Segundo o Executivo, as últimas alterações foram em janeiro de 2018 (o imposto sobre a gasolina passou de 29% para 31% e sobre o etanol, de 14% para 16%) e em janeiro de 2012 (o ICMS do diesel saltou de 12% para 15%).