Jornal Estado de Minas

7 de setembro

BH terá segurança reforçada para protestos pró e contra governo Bolsonaro



O feriado da independência vai agitar Belo Horizonte hoje, com a realização de atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Militar, a Guarda Municipal e a BHTrans montaram esquema especial, inclusive para conter eventuais encontros e tumultos envolvendo manifestantes com objetivos diferentes.



Praça da Liberdade, inicialmente agenda como ponto de bolsonaristas e do movimento Grito dos Excluídos, contrário ao presidente da República, ficará apenas com o ato pró-governo, após reuniões com a Polícia Militar. Um dos principais cartões- postais de BH, a praça já recebeu grades de proteção ontem.

A prefeitura instalou os equipamentos. Instaladores informaram que a iniciativa teria partido de uma empresa privada. Enquanto isso, caravanas de belo-horizontinos estão saindo da capital mineira desde ontem à noite com destino a São Paulo, para acompanhar de perto o discurso de Bolsonaro, marcado para as 14h de hoje, na Avenida Paulista.

A prefeitura informou que a Guarda Civil Municipal, a BHTrans e outras forças de segurança se reuniram com os organizadores das manifestações para fazer o alinhamento de trajetos e horários com o intuito de evitar aglomerações e possíveis confrontos. Além disso, a prefeitura garante que os guardas municipais estarão empenhados em auxiliar os agentes de trânsito na garantia da fluidez das vias públicas e no monitoramento de estações do Move, atuando também no patrulhamento preventivo das praças, parques e nas imediações de unidades de saúde, de educação e demais instalações da prefeitura.





Movimentos a favor e contra o governo federal tiveram que fazer mudanças nos locais e trajetos por questão de segurança. O Grito dos Excluídos, por exemplo, estava previsto para se concentrar na Praça da Liberdade, mesmo local escolhido pelos bolsonaristas para a manhã de hoje. Após reuniões com autoridades que fiscalizam o evento, o movimento contrário a Bolsonaro acabou sendo transferido para a Praça Afonso Arinos. Já a carreata que sairá do Mineirão para a Praça da Liberdade com bolsonaristas teve o trajeto modificado. Antes, os veículos passariam pela Avenida Antônio Carlos e Afonso Pena. Na reunião com a PM, ficou acordado que o caminho a ser percorrido teria como principal via a Carlos Luz, além das demais citadas anteriormente na matéria.

Outra mudança que diz respeito à passeata bolsonarista é em relação aos cavalos. Pessoas montadas nos animais também participariam do movimento de apoio ao presidente, para homenagear o cantor Sérgio Reis, investigado por incitar manifestações contra o Supremo Tribunal Federal (STF), após vídeos e áudios viralizarem nas redes sociais. O movimento, no entanto, acabou sendo vetado por questão de segurança. “Tais ações serão otimizadas com o monitoramento de imagens captadas pelo Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH), que com suas 2.595 câmeras espalhadas pela cidade possibilita a identificação e prisão em flagrante de autores de delitos, bem como o encaminhamento dos envolvidos às centrais de flagrantes (Ceflans) da Polícia Civil, para as devidas providências”, informou a PBH, em nota.

A BHTrans informou que fará desvios operacionais do trânsito e do transporte coletivo de acordo com os fechamentos realizados. “Os empregados da BHTrans estarão empenhados em monitorar o trânsito e o transporte coletivo nas áreas das manifestações”, informou a empresa. Ônibus do transporte coletivo vão circular hoje com quadro de horários de domingos e feriados. 





Os usuários podem consultar os horários das linhas municipais no Portal da Prefeitura (prefeitura.pbh.gov.br) e também pelo aplicativo SIU Mobile.

A Polícia Militar informou que atuará com estrutura semelhante à de carnaval e eleição, quando até 90% do efetivo vai para as ruas. O esquema de segurança foi montado para evitar que os contrários se encontrem no meio da avenida. "Estamos trabalhando para esse evento com estrutura semelhante a de carnaval e eleição, ou seja, praticamente de 80% a 90% do efetivo operacional da Polícia Militar, em torno de 36,35 mil homens empregados no 7 de Setembro nos diversos turnos do dia", afirmou o coronel Eduardo Felisberto Alves, chefe do Estado-Maior da PM de Minas Gerais, na última sexta-feira.

Além disso, o coronel informou que haverá, excepcionalmente hoje, uma sala de crise na Cidade Administrativa com a presença de órgãos de segurança: Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e “outros órgãos de controle externo”, disse.
 
Caravana de apoiadores do presidente partiu da Praça da Liberdade para São Paulo ontem à noite (foto: TULIO SANTOS/EM/D.A.PRESS)
 

CARAVANAS

Apoiadores de Bolsonaro embarcaram na noite de ontem na Praça da Estação, Centro de BH, para participar dos atos de hoje na Avenida Paulista, em São Paulo. Pelo menos nove ônibus saíram do local. Antes do embarque, bolsonaristas estenderam a bandeira do Brasil na praça e abriram faixas pedindo a adoção do voto impresso e impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).




  
O marceneiro Daílson de Souza Braga, de 56 anos, afirmou que participará do ato na capital paulista não por causa de Bolsonaro, mas, sim, para pedir “liberdade”. “A questão não é Bolsonaro, é a nossa liberdade. Bolsonaro tem se apresentado como um porta-voz que tem comunicado os nossos desejos, que tem nos ouvido e acatado. Mas se um dia ele não fizer aquilo dentro das nossas perspectivas, simplesmente nós vamos eleger outro”, disse.
 
Já a aposentada Cláudia Carmo, de 57 anos, diz que acredita nas convicções de Bolsonaro e que vai se manifestar na Avenida Paulista para expor seu desejo de um Brasil melhor. “O povo é o supremo. Essa é a nossa convicção, de que faremos um país melhor amanhã. Todo mundo que está aqui acredita nas intenções do Bolsonaro. Estamos aqui por um país melhor, digno, para nossos netos e filhos. A gente quer justiça”, destacou.


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