Jornal Estado de Minas

PROTESTO

Montes Claros tem manifestação 'eclética' pró-Bolsonaro


Uma manifestação "diversificada", que reuniu pedestres, caminhoneiros, motociclistas, ciclistas e cavaleiros, além da presença de alguns tratores. Assim foi a ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Montes Claros, na manhã desta terça-feira, feriado de 7 de setembro, Dia da Independência.




 
Dizeres dos manifestantes contra o STF estavam em inglês (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
 
 
O evento também foi "eclético" quanto ao idioma, com o registro de frases escritas em inglês, com mensagens contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento foi pacífico, acompanhado de perto pela Polícia Militar (PM), que, além de veículos, usou um helicóptero.
 
 

O ato aconteceu na Avenida Deputado Esteves Rodrigues (Avenida Sanitária), no Centro da cidade. Começou por volta das 8h e terminou em torno das 12h30, com a participação de empresários, produtores rurais e profissionais liberais, entre outras categorias.

Foram reunidas cerca de 10 mil pessoas, nas contas dos organizadores - a Polícia Militar não divulgou o cálculo do público. "O total de participantes foi acima de nossa expectativa", afirmou o produtor rural Álvaro Luiz Veloso, um dos responsáveis pela organização dos protestos.




 
Os apoiadores de Jair Bolsonaro se concentraram em um ponto da Avenida Sanitária, em frente ao prédio do Serviço Nacional Aprendizagem Comercial (Senac) (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
 
 
Os apoiadores de Jair Bolsonaro se concentraram em um ponto da Avenida Sanitária, em frente ao prédio do Serviço Nacional Aprendizagem Comercial (Senac), que foi fechado para o trânsito. Sob o sol forte, eles percorreram um percurso de três quarteirões da Sanitária, tendo à frente os cavaleiros, sendo seguidos por ciclistas e pessoas conduzindo tratores, caminhoneiros e motociclistas.

Na sequência, os pedestres retornaram ao local da concentração enquanto os demais participantes - cavaleiros, ciclistas e pessoas "motorizadas" se dispersaram. Em um dos carros do "desfile", foram escritas frases em inglês direcionadas ao STF, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Poder Legislativo (deputados e senadores): "Brazilian people demand a complete cleaning of STF, TSE and the Legislative" ("Povo brasileiro exige limpeza completa do STF, TSE e do Legislativo") e "We can no longer stand the dictatorship of the Supreme Court" ("Não aguentamos mais a ditadura da Suprema Corte"). 
 
"Nossa intenção é mostrar para o mundo a insatisfação do povo brasileiro com o STF", afirmou o empresário João Fernandes, dono do carro no qual as mensagens foram afixadas.





Durante a manifestação, também foram exibidas faixas com os dizeres "Presidente, aja como (sic) for necessário. Nós autorizamos. Supremo é o povo" e "fim dos excessos no Supremo".
 
"O nosso movimento é pela esperança de que poderemos ter os respeito às leis que regem os três poderes. Buscamos o consenso e harmonia entre os poderes", afirmou o empresário Almerico Biondi, um dos participantes da manifestação na cidade-polo do Norte de Minas.
 
Os manifestantes cantaram o Hino Nacional e também levantaram coro contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Nossa bandeira jamais será vermelha!" e " Lula, ladrão, seu lugar é na prisão!" foram refrões ouvidos. 





"Vim para apoiar o presidente (Bolsonaro) contra os excessos do Supremo e também para comemorar 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil", afirmou o professor Charles Gutemberg Alencar Soares, que, junto com a família, levou para a manifestação a cachorrinha "Meg".

Um dos presentes na manifestação em Montes Claros, o deputado estadual Arlen Santiago (PTB) afirmou que decidiu participar do movimento por ser a favor da geração de emprego.
 
"Estamos do lado da população, que saiu às ruas porque não quer que o Brasil se transforme numa Cuba ou Venezuela. Queremos que o Brasil cresça com trabalho e renda para todos", afirmou Santiago. Ele afirmou ainda que o "PTB tem como pauta o país que produz e gera emprego".

Um dos organizadores da manifestação, o representante comercial Cleomilton Bezerra da Silva , conhecido como "Tom Marrom", catava latinhas vazias e lixo não chão no final do ato. "Sempre fazemos isso. Entendemos que devemos cuidar do mundo, que é o nosso habitat e precisa ser preservado", afirmou.
 
Já o ambulante Pedro Henrique Rocha aproveitou o movimento pró-Bolsonaro para faturar. "Vendi mais de 300 bandeiras (do Brasi) e cerca de 150 camisas", comemorou Pedro Henrique, ao final da manifestação.

audima