Manifestações contrárias e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) movimentaram o Feriado da Independência, nesta terça-feira (7), em Juiz de Fora (MG), na Zona da Mata. Atos começaram simultaneamente às 10h, em bairros diferentes, e contaram com a supervisão da Polícia Militar e da Guarda Municipal.
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Na Paulista, Bolsonaro ataca: 'Aos canalhas, nunca serei preso'Na Paulista, Bolsonaro volta a atacar Moraes: 'Açoita a nossa democracia'Bia Kicis sobre manifestações: 'Brasília linda, verde e amarelo e gigante' Contra a 'ditadura do STF', protestos pró-governo têm maior adesão em JFRandolfe sobre discurso de Bolsonaro na Paulista: 'Era só isso?'Bolsonaro sobre manifestações: 'Temos uma foto para mostrar para o mundo'O protesto convocado por movimentos e partidos de esquerda, conhecido como “Grito dos Excluídos”, se concentrou na praça Padre Geraldo Pelzers, no bairro Santa Luzia. “Esse ano, por causa dessa intolerância, avaliou-se que era melhor não entrar no confronto e vir para um bairro, e o escolhido foi Santa Luzia. Aqui é o celeiro dos movimentos sociais e sindicais de Juiz de Fora”, explicou a vereadora Cida Oliveira (PT).
Entre as pautas defendidas no ato, estavam a vacinação em massa, a segurança alimentar da população, o fim dos processos de privatização de empresas estatais e, principalmente, o impeachment do presidente. O protesto contou com discursos dos líderes dos movimentos presentes e foi finalizado por volta das 12h30.
Já a manifestação de apoiadores do governo de Jair Bolsonaro começou na praça do bairro São Mateus e se dirigiu até à praça Antônio Carlos, no centro da cidade. Para a realização do ato, que contou com passeata, “motociata” e um carro de som, foi necessária a interdição de metade da pista da Avenida Presidente Itamar Franco.
Com cartazes em português e inglês, os manifestantes pediam a criminalização do comunismo, a implementação do voto impresso, o “impeachment” de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a intervenção do Exército. “Um bom gestor, que é o nosso presidente Bolsonaro, está sendo impedido de trabalhar por causa do STF. Então é por isso que a gente está lutando, pela nossa liberdade”, contou a administradora Jamile Correa Letra.
Além de pautas consideradas antidemocráticas e de ataques à imprensa, o protesto se concentrou em assuntos relacionados ao coronavírus e à vacinação. Muitas vezes sem máscara, alguns dos manifestantes carregavam cartazes pedindo a proibição do “passaporte sanitário” e a volta das aulas presenciais na cidade.
De acordo com a organização, o ato reuniu cerca de 22 mil pessoas. O protesto foi finalizado também por volta das 12h30, com uma oração do Pai-nosso e a execução do Hino Nacional.