Durante discurso na Avenida Paulista, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insinuar que vai utilizar as manifestações para apelo político. A avenida foi tomada pelos apoiadores do presidente, que se manifestaram neste 7 de setembro.
“Temos uma fotografia de vocês para mostrar ao mundo e ao Brasil que as cores da bandeira são verde e amarela”, afirmou.
O discurso em São Paulo foi cheio de ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no qual ele chamou de “canalha”. O presidente também voltou a
afirmar que apenas a vontade divina pode tirá-lo do Palácio do Planalto.
"E dizer àqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá. Só vou sair preso, morto ou com a vitória. Dizer aos canalhas que eu nunca serei preso. A minha vida pertence a Deus, mas a vitória pertence a todos nós", bradou, sob aplausos dos manifestantes que estavam na principal via da capital paulista.
As manifestações deste 7 de Setembro foram inflamadas pelo presidente. Nos últimos meses, ele dizia a apoiadores que ganhou as eleições presidenciais de 2018 em primeiro turno.
Para o presidente, as eleições foram fraudadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As declarações ampliaram as tensões entre Bolsonaro e o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, também ministro do STF.
Barroso defende que as eleições são justas e que as declarações do presidente não passam de fake news.
Após xingamentos do presidente direcionados a Barroso, ao TSE e também ao STF, o ministro Alexandre de Moraes incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news.
A ação implodiu uma verdadeira “guerra” contra o Supremo. Agora, apoiadores do presidente protestam contra a Corte, a favor do voto impresso e auditável, o impeachment de Barroso e Moraes, e caso a Corte não seja extinta, a implantação de um regime militar.