Manifestantes contra e a favor do governo federal bateram ponto nos atos do 7 de Setembro, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ambas as concentrações tiveram início às 10h. Nos protestos pró-governo, a “guerra” contra a “ditadura do STF” e a defesa da liberdade de expressão estiveram entre as principais pautas. Já nos atos contra o presidente, a crítica à gestão do chefe do Executivo diante da pandemia de COVID-19 e o preço dos alimentos e do combustível compuseram a narrativa.
Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de partidos de oposição – como PT, PSOL, PSTU e PCB – marcaram presença no protesto contra o governo na Praça Padre Geraldo Pelzers, no Bairro Santa Luzia, na Zona Sul da cidade. A dispersão aconteceu por volta das 12h30.
Carreata em Juiz de Fora termina com música da vitória de Senna.
%u2014 Estado de Minas (@em_com) September 7, 2021
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Com gritos como “A nossa luta é todo dia, porque saúde não é mercadoria” e “Vacina, vacina, fora genocida”, algumas das principais pautas foram os preços dos combustíveis, do gás de cozinha, dos alimentos e da conta de luz.
A atuação do chefe do governo na condução da pandemia também foi criticada, em especial pela demora na compra de vacinas e pela quantidade de mortos no país, que se aproxima de 600 mil.
Para Luan de Campos Cupolilo, integrante do Partido dos Trabalhadores (PT), são os mais pobres que sofrem mais com os impactos da atual gestão do presidente.
“Estamos vendo um governo que está exercendo uma tutela militar e que tem atacado os direitos dos trabalhadores. Estamos vendo uma inflação galopante. O preço de tudo está altíssimo. O povo está passando fome. A péssima gestão diante da pandemia (de COVID-19) nos colocou nesta situação”, afirma Luan, em entrevista ao
Estado de Minas
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O deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão, PT) também esteve presente na manifestação e conversou com a reportagem. Para o parlamentar, “Bolsonaro cria factoides com o objetivo de desviar a atenção dos reais problemas sociais do país”.
“Ele instiga a população, por exemplo, contra o STF e cria uma narrativa para tirar o foco de questões urgentes. Enquanto isso, as reformas trabalhista e previdenciária atingiram o direito dos trabalhadores. Agora, vem aí a reforma administrativa que, praticamente, vai acabar com o serviço público no Brasil”, avalia o parlamentar.
Por fim, o deputado também critica os processos de privatizações e “a retirada de recursos das áreas da saúde e educação”. “É uma catástrofe geral” – exclama.
Protestos pró-governo tiveram maior adesão em Juiz de Fora
Integrando um movimento de maior adesão e vestidos em sua maioria de verde e amarelo, apoiadores do presidente Bolsonaro carregaram bandeiras do Brasil e gritaram palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
Inicialmente, o grupo se reuniu no Bairro São Mateus, no Centro, e se deslocou em carreta pela Avenida Presidente Itamar Franco. Chegando na Praça Antônio Carlos, também na região Central, os bolsonaristas cantaram o hino nacional. Ao som da trilha sonora que embalou as vitórias de Ayrton Senna, o grupo começou, aos poucos, a se dispersar.
“Seguindo o restante do país, o ato em Juiz de Fora teve como objetivo, nesta data simbólica, a defesa da nossa liberdade de expressão. Entendemos que, desde o início da pandemia, por conta de alguns governadores e prefeitos – avalizados pelo STF – a nossa liberdade estava senda cerceada”, opina Leonardo Valle, coordenador do movimento Família de Direita, também em entrevista ao Estado de Minas.
Ele acrescenta, ainda, que essa limitação da liberdade tem atingido até profissionais de imprensa alinhados com a direita. “Muitos jornalistas tiveram seus conteúdos retirados de várias plataformas. Todos têm o direito de manifestação. E, por isso, nosso protesto também é em defesa do presidente Bolsonaro, pois ele defende essa liberdade.”
Insatisfeitos com as intervenções do Judiciário nos demais poderes, Leonardo reforçou o desejo de que Alexandre de Moraes – ministro do STF e relator do inquérito das fake News – e Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, sofram um processo de impeachment. “No nosso entender, eles têm tomado decisões que vão contra a vontade da maioria do povo brasileiro”, finaliza.
“É importante destacar que a nossa pauta não é a intervenção militar. Também não queremos o fechamento do Congresso ou do STF”, pontua Deusemar de Souza Lima, diretor-geral do Direita JF.
Pela transparência nas eleições, os manifestantes também defenderam a implantação do “voto impresso e auditável”.