O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse nesta quarta-feira (8/7) que os atos a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 7 de setembro ocorreram de "forma ordeira". Apesar disso, mesmo sem citar os ataques do chefe do Executivo federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), Aras defendeu o "devido processo legal e constitucional". Segundo ele, o Ministério Público brasileiro, em todas as instâncias, trabalha para sustentar a "ordem jurídica e democrática".
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Desobediência 'configura crime de responsabilidade', avisa Fux a Bolsonaro Fux reage à ameaça de Bolsonaro ao STF: 'Ninguém fechará esta corte!'Lira quer ser 'ponte de pacificação' entre governo e SupremoVereador de BH salva cão e ainda participa de reunião da Câmara no ArrudasDirigentes de 12 partidos se reúnem para discutir impeachment de BolsonaroRandolfe: falas de Aras e Lira 'beiram a cumplicidade' com Bolsonaro Alessandro Vieira sobre Lira: 'Não foi só um erro, foram vários'O pronunciamento de Aras ocorreu menos de 24 horas após Bolsonaro garantir que vai desobedecer ordens legais dadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que compõe o STF. O magistrado foi chamado de "canalha" pelo presidente.
Bolsonaro, que em agosto apresentou pedido de impeachment de Moraes, rejeitado pelo Senado Federal, "sugeriu" ontem que o ministro peça para deixar o tribunal. Em menção indireta ao presidente, o PGR condenou a fala.
"Quando discordâncias vão para além de manifestações críticas, merecendo alguma providência, hão de ser encaminhadas pelas vias adequadas, de modo a não criar constrangimentos e dificuldades. Quiçá injustiças em vez de soluções".
Em que pese as críticas sem menções nominais, Augusto Aras classificou os protestos ocorridos no Dia da Independência como pacíficos.
"As manifestações do 7 de setembro foram uma expressão de uma sociedade plural e aberta, característica de um regime democrático. Após longo período de distanciamento social, a vacinação já possibilita que concidadãos reúnam-se pacificamente para manifestarem-se", falou.
O presidente do STF, Luiz Fux, também discursou. Ele assegurou que a corte não será fechada e disse que eventuais desobediências de medidas legais configuram crime de responsabilidade — o que pode culminar em impeachment.