O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou os pronunciamentos feitos nesta quarta-feira (8/9) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Eles discursaram para garantir respeito à ordem legal e democrática brasileira após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacar mais uma vez o Supremo Tribunal Federal (STF).
O tom utilizado por Aras e Lira, no entanto, deixou Randolfe descontente. Segundo ele, as falas "beiram a cumplicidade" a Bolsonaro. Enquanto o deputado disse querer ser "ponte de pacificação" entre os poderes, o PGR afirmou que os atos vistos no Dia da Independência compõem uma "festa cívica", sem citar as ameaças feitas pelo presidente .
"Lamento os posicionamentos, como os de Arthur Lira e Augusto Aras, que beiram a cumplicidade com Jair Bolsonaro. Saúdo e cumprimento o pronunciamento do Presidente do STF, Luiz Fux. A Corte pode contar com nosso apoio", disse Randolfe, que é vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19.
Lamento os posicionamentos, como os de @ArthurLira_ e Augusto Aras, que beiram a cumplicidade com Jair Bolsonaro. Saúdo e cumprimento o pronunciamento do Presidente do STF, Luiz Fux. A Corte pode contar com nosso apoio.
%u2014 Randolfe Rodrigues %uD83D%uDC89%uD83D%uDC53 (@randolfeap) September 8, 2021
Ontem, durante inflamados discursos em Brasília (DF) e em São Paulo (SP), Jair Bolsonaro atacou duramente o poder Judiciário. O principal alvo foi Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem ele chamou de "canalha".
O presidente assegurou que vai ignorar ordens legais dadas pelo magistrado
. Para Randolfe, ante as ameaças feitas pelo líder do governo federal, não há espaço para "posicionamentos acanhados".
"Quando um dos valores mais preciosos da nossa sociedade, como a democracia, está em jogo, não há espaço para dois lados. A covardia é um sentimento que nunca teve e nunca terá espaço na História. Lamento os posicionamentos acanhados e que beiram a cumplicidade com o golpismo", protestou o parlamentar.
"A história colocará no devido lugar os que defenderam a democracia, os que se acovardaram e os que foram cúmplices de criminosos", completou ele, pelo Twitter.