Em pronunciamento nesta quarta-feira (8/9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, conclamou o governo federal e os demais governantes do país a se dedicarem a "problemas reais" como a pandemia da COVID-19, o desemprego, a inflação e a crise hídrica. O ministro se manifestou em resposta às passeatas de 7 de Setembro e às falas contra a democracia dos participantes e do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. Fux também garantiu que o STF não será fechado. Vários senadores repercutiram o pronunciamento do chefe do Poder Judiciário.
"Ninguém! Ninguém fechará esta Corte! Nós a manteremos de pé, com suor, perseverança e coragem. No exercício de seu papel, o Supremo Tribunal Federal não se cansará de pregar fidelidade à Constituição", afirmou o presidente do STF nesta quarta-feira. Parlamentares se pronunciaram nas redes sociais sobre o discurso do ministro.
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O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que a postura de Bolsonaro é "marginal à lei". "A nossa reação tem que ser por meio da lei e das instituições. Não há outra saída senão o impeachment. Cabe à Câmara tomar essa atitude. E aos partidos políticos com assento naquela Casa, afinal, eles só existem por conta da democracia", escreveu.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também pelas redes sociais, elogiou o pronunciamento de Fux. "Saúdo e cumprimento o pronunciamento do presidente do STF, Luiz Fux. A Corte pode contar com nosso apoio. A história colocará no devido lugar os que defenderam a democracia, os que se acovardaram e os que foram cúmplices de criminosos", disse o senador.
Para a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), Jair Bolsonaro não tem competência para governar o Brasil. "O legado deste 7 de Setembro: Bolsonaro, aprisionado em seu cárcere mental, confirmou o que a maioria já sabia. É desprovido de qualquer lucidez, caráter e competência para governar. Não lhe resta nenhuma condição para se manter na Presidência do país", publicou.
Câmara dos Deputados
Mais cedo, também em pronunciamento, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não mencionou o nome do presidente Jair Bolsonaro de forma direta, mas afirmou que "não serão aceitas mais bravatas". "Os Poderes têm delimitações. Não posso admitir questionamentos por decisões tomadas e superadas como o voto impresso", apontou.
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Caminhoneiros bloqueiam estradas em oito estados; protestos miram STFProcurador do TCU pede afastamento cautelar de presidentes da Caixa e do BBBolsonaristas bloqueiam entrada da Esplanada e ameaçam invadir STFBarroso sobre Bolsonaro: 'É tudo retórica vazia, política de palanque'PSDB anuncia que será oposição a Jair BolsonaroSobre as manifestações de 7 de Setembro, o presidente da Câmara enalteceu a participação popular daqueles que foram às ruas de forma pacífica e defendeu a democracia e a Constituição. "Nossa Constituição jamais será rasgada", enfatizou Lira.
Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o Brasil errou ao eleger Bolsonaro. "A única verdade no discurso de Lira, mesmo assim parcial, veio na confissão do final: 'teve um errinho básico ali...'. Não foi só um erro, foram vários, mas o pior de todos foi eleger Bolsonaro. Vamos corrigir, seja pelo impeachment ou pela eleição, pois só assim sairemos do caos", publicou Alessandro.
Segundo Vieira, o ministro Fux, presidente do STF, coloca com absoluta clareza, "as ameaças contra autoridades e a incitação à desobediência a ordens judiciais representam crime de responsabilidade. A omissão de Lira, senhor de bilhões do Orçamento Secreto, ofende o estado democrático de direito".
O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) apoiou Lira. "O presidente da Câmara, Arthur Lira, foi muito feliz em seu pronunciamento agora há pouco. Uma fala ideal para o momento, pois acalma os ânimos. Precisamos de serenidade para tratar dos problemas que afligem o nosso país. É hora de todos os Poderes, unidos, pensarem na retomada econômica, geração de emprego e renda, vacinação e outras necessidades da população. É hora de pensar na população", escreveu Vanderlan na rede social.
Para Simone Tebet, o Congresso precisa agir. "Mais que VOZ institucional, o momento exige AÇÃO dos Poderes Judiciário e Legislativo. Porque as palavras do presidente têm feição de atos. E atos INCONSTITUCIONAIS. Ele não as diz por coragem, mas por medo. Nós temos de mostrar CORAGEM não só para falar, mas para AGIR", publicou a senadora na internet.