"Está me ouvindo agora? A conexão não está boa". Assim, em frase quase protocolar para as sessões remotas provocadas pela pandemia de COVID-19, o vereador de Belo Horizonte Miltinho CGE (PDT) iniciou a participação na reunião plenária desta quarta-feira (8/9). O incomum, contudo, foi o local que sediou a fala do pedetista. Ao contrário dos colegas, ele não estava no gabinete ou em casa. O parlamentar "bateu ponto" do Ribeirão Arrudas, para onde ele havia ido a fim de resgatar um cachorro.
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Se você está aflito com a situação, um spoiler: o cão foi devidamente salvo. Ao lado de funcionários de seu gabinete, Miltinho, eleito sob a bandeira da causa animal, efetuou o resgate. Operações do tipo são comuns para ele, que mantém projeto para recolher e proteger bichanos levados pelas águas.
Ao Estado de Minas, o vereador explicou o que levou a conciliar o expediente legislativo e a ajuda ao cachorro em perigo. "Tinha o plenário para fazer. E apareceu esse resgate. Não podia deixar um animal morrer sendo que podia dar um jeito de fazer (a participação no plenário) de dentro do rio. Foi o que fiz", afirmou.
Para poder encaminhar voto favorável a um projeto sobre a compilação de dados referentes a mulheres atendidas por políticas públicas municipais, Miltinho contou com providencial ajuda da tecnologia. "Fui com telefone e fone de ouvido e fui participando. Resolvi fazer de lá para mostrar a nossa luta".
Causa animal rendeu mandato
Resgatista, Miltinho foi escolhido por 4.176 belo-horizontinos na eleição do ano passado. A sigla CGE, que compõe seu nome político, faz referência ao Comando Guerreiro Eldorado, representação da Máfia Azul - torcida organizada do Cruzeiro - em um dos mais famosos bairros de Contagem, na Região Metropolitana.
Ele é correligionário de Duda Salabert, vereadora mais votada da história da capital mineira. A bancada pedetista no Parlamento municipal tem, ainda, Bruno Miranda.