O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom ao discursar no Rio Grande do Sul neste sábado (11/9). O mandatário, que vinha atacando seguidamente o Judiciário até chegar ao ápice na manifestação do 7 de Setembro, seguiu um discurso mais ameno, já adotado em carta divulgada na quinta-feira (9/9).
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O presidente voltou a falar indiretamente sobre as manifestações do dia 7 de setembro, que pediam o fim do Supremo Tribunal Federal (STF), o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e caso isso não acontecesse, o golpe.
“Não podemos fazer as coisas na velocidade que muitos querem", afirmou, antes de pregar respeito aos Poderes.
Atuação na pandemia
O presidente ainda citou as medidas tomadas pelo governo na pandemia de COVID-19. De acordo com ele, o governo federal não errou na condução do combate ao vírus.
“Não defendemos o fica em casa e a economia vem depois. Nunca apoiei lockdown. A população precisa trabalhar. Contudo a decisão sempre foi dos prefeitos e governadores. Sofremos”, disse.
Bolsonaro finalizou discurso defendendo a Constituição Federal.
Com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro divulgou ontem uma nota destinada à nação. No documento, o presidente nega uma tentativa de intervir entre os poderes e diz respeitar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Inflamados pelo presidente, milhares foram às ruas no dia 7 de setembro protestar contra o STF e pedir o impeachment de Moraes. Na manhã de quinta-feira (9/9), caminhoneiros chegaram a impedir a travessia de rodovias para que o presidente decretasse estado de sítio.
Bolsonaro vinha, nos últimos meses, fazendo diversos ataques contra a Corte, Moraes e contra o ministro Luis Roberto Barroso. O presidente acusa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de fraudar as eleições presidenciais.