O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) utilizou seu tempo de questionamentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID para defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com ele, o presidente não permitiu “negociatas” no governo.
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Ao defender o governo, o senador também disse que não tem compromisso em proteger “quem quer que seja”. Segundo ele, caso seja provado algum tipo de corrupção, ele não irá mais advogar pelo governo.
“Já disse aqui e repito: não tem compromisso em proteger quem quer seja. Se tiver uma evidência de prova, contra quem for, não contém com minha defesa. Mas não tentem fabricar evidências contra o presidente Bolsonaro”, disse.
O dia da CPI
O advogado Marconny Albernaz de Faria, suspeito de ser lobista da Precisa Medicamentos, depõe à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta quarta-feira (15/9).
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento de convocação, ressalta que a comissão busca investigar a possível existência de um mercado interno no Ministério da Saúde que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina indiana Covaxin.
Em mensagens trocadas com Marconny obtidas pela comissão, o ex-secretário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Ricardo Santana, menciona que conheceu o suposto lobista da Precisa na casa de Karina Kufa, advogada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Os parlamentares também apontam que os dois teriam conversado sobre processo de contratação de 12 milhões de testes de COVID-19 entre o Ministério da Saúde e a Precisa. Uma das mensagens trocadas aponta que “um senador” poderia ajudar a “desatar o nó” do processo.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
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O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.