O escândalo da Prevent Sênior tomou as manchetes brasileiras na última semana. A fraude denunciada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, apontava fraudes em um estudo com o chamado "kit COVID", no começo da pandemia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dois de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), eram grandes defensores da pesquisa.
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O Estado de Minas separou alguns momentos em que a família Bolsonaro defendeu os estudos durante a pandemia de COVID-19.
Uso de respiradores
Em abril de 2020, Flávio Bolsonaro compartilhou uma matéria que afirmava que a Prevent Sênior tinha reduzido o uso de respiradores de 14 para 7 dias usando o 'tratamento precoce'.
“Prevent Sênior diz ter estabilizado a situação, tem vagas de UTI, já deu alta para 400 pacientes que tiveram COVID-19 e criou protocolo que reduziu de 14 para 7 dias o tempo de uso de respiradores. O SUS nunca a procurou para saber qual foi o protocolo usado”, escreveu o filho “01” de Bolsonaro.
O estudo também foi compartilhado pelo presidente no Facebook. “O estudo completo será publicado em breve”, prometeu Bolsonaro.
Ailton Benedicto
Em seguida à defesa do grupo, Flávio Bolsonaro também compartilhou alguns tuítes feitos pelo procurador da República, Ailton Benedicto, em defesa da prescrição de hidroxicloroquina e ivermectina pela Prevent Sênior.
Nos posts, Ailton criticava o portal G1 por ter publicado uma reportagem contra os medicamentos. “O G1 está contrariado porque a Prevent Sênior orienta prescrição de cloroquina para qualquer paciente com mais de 70 anos que esteja com sintomas de febre. O G1 prefere que os médicos neguem tratamento a idosos e esperem que morram para satisfazer o jornalismo”, escreveu.
Ainda em abril de 2020, Flávio compartilhou outro tuíte do procurador. Desta vez, compartilhando a pesquisa da Prevent Sênior.
Live com os médicos
O presidente Jair Bolsonaro fez uma live com os médicos Hélio Beltrão, Zanotto e Pedro Batista Jr, da Prevent Sênior, para falar sobre tratamentos para COVID-19 e a situação da pandemia no país.
Os três médicos são apontados pela CPI como integrantes do “gabinete paralelo” do presidente, que era responsável pelos conselhos em 2020.
Renome internacional
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também defendeu a Prevent Sênior e ressaltou que a empresa fazia estudos de “renome internacional a favor da hidroxicloroquina”.
“Dia ruim para quem torce pelo vírus. Parabéns à Prevent Sênior. Isto é uma pesquisa séria, feita com CIÊNCIA e não com politicagem disfarçada de medicina”, escreveu.