Jornal Estado de Minas

ASSEMBLEIA

Na ONU, Bolsonaro manipula dados do auxílio emergencial

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou nesta terça-feira (21/9) na 76ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o chefe do Executivo, o auxílio emergencial pago foi de US$ 800 pago em 2020, dando a entender que seria um valor mensal quando na verdade foi a somatória das parcelas pagas até dezembro.





“No Brasil, para atender aqueles mais humildes, obrigados a ficarem em casa por decisão de governadores e prefeitos, que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020”, disse Bolsonaro na ONU.

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O pagamento do auxílio emergencial começou a ser feito em abril de 2020 para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de COVID-19. O valor inicial propsto pelo governo federal seria de R$ 2000. Mas após pressão da oposição, as três primeiras parcelas foram de R$ 600, beneficiando mais de 66 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Cidadania.
 


As outras quatro parcelas seguintes foram reduzidas. O valor médio foi de R$ 250, com exceção das mulheres chefes de família monoparental (criam os filhos sozinhas), que recebem R$ 375, e os indivíduos que moram sozinhos (família unipessoal), que recebem R$ 150.




 
Considerando os pagamentos de quem começou a receber em abril, no total foram cinco depósitos de R$ 600 e outros quatro de R$ 300, que corresponde a US$ 787,99. As regras foram diferentes para os beneficiários segunda fase do programa, que adotou critérios mais rigorosos. Com isso, nem todos receberam todas as parcelas previstas, e alguns, como mães solteiras, tiveram o direito de receber o valor em dobro.
 
Segundo dados do Portal da Transparência, o governo federal gastou R$ 293,3 bilhões com o auxílio emergencial no ano passado, pagos a 67,9 milhões de beneficiários, ou seja, uma média de R$ 4.313,86 por pessoa equivalente a US$ 809,35 no total. No entanto, a quantia corresponde a uma média mensal de US$ 89,92. 

Nas redes sociais, internautas criticaram a fala do presidente:



 

chefe do Executivo desembarcou nos EUA com a comitiva presidencial no domingo (19/9). Desde então, Bolsonaro se reuniu com outros líderes mundiais, entre eles Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido.

Ele é o único entre os 19 líderes do G20 (composto pelas 19 principais economias mais a União Europeia) a não tomar a vacina contra a COVID-19.

Esta é a terceira participação de Bolsonaro na ONU desde que assumiu o mandato, em 2019. O representante do Brasil é sempre o primeiro a discursar desde 1947.




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