Em meio a uma confusão generalizada, o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) começou a narrar a briga entre a senadora Simone Tebet (MDB-MT) e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. A confusão começou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, que escutava o depoimento do ministro.
A narrativa de Rogério, que defendia o ministro, acusado de “machista” pelos senadores, acabou irritando a senadora Leila Barros (Cidadania-CE).
“Presidente! Não é por aí! Vossa Excelência precisa ter o papel de presidir… presidente… presidente… ou Vossa Excelência controla os trabalhos ou fecha essa CPI… presidente… presidente.. eles criam essa palhaçada, é um circo. Tá desde o começo provocando o ministro, fazendo comparação com personagens… é isso que queriam, né?”, disse Rogério em meio à confusão.
“Descontrolado!”, grita Leila.
“É isso que queriam… ninguém merece… o Brasil não merece…”, continua Rogério.
“Ele tá desrespeitando a Simone desde o começo, Marcos! E depois a gente é descontrolada? Só as mulheres são descontroladas, né? Vocês não fazem show aqui dentro todo dia não, né? Agora eu vou ser descontrolada! Menos! Menos! Menos Marcos Rogério! Quer brigar? Vamos lá… nós dois”, responde Leila.
“Infelizmente”, disse Rogério. “Infelizmente! Homens também são descontrolados nessa CPI”, ironizou a senadora.
A briga começou após Rosário chamar Simone de “descontrolada”.
A declaração aconteceu após os questionamentos feitos por Simone Tebet. “A senhora falou diversas inverdades. Precisa rever os contratos”, disse o ministro para Tebet.
“O senhor pode falar que eu falei inverdades, mas me mandar reler os contratos não pode. Me respeite! Sou senadora da República”, respondeu Simone.
Em seguida, Rosário acusou Simone. “A senhora está totalmente descontrolada.”
A fala gerou uma comoção dos senadores. Apenas o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) defendeu o ministro.
O dia da CPI
A CPI da COVID recebe, nesta terça-feira (21/9), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, para falar sobre evidências de corrupção no Ministério da Saúde e o que a CGU sabia na época em que os fatos ocorreram.
O requerimento é do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). De acordo com o documento, Rosário deve falar sobre as investigações sobre desvio de recursos liberados pela União para estados e municípios.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
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O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.