O presidente da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pode marcar a sabatina de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira quinzena de outubro. Há mais de dois meses, Mendonça foi escolhido por Jair Bolsonaro para ser o seu ministro “terrivelmente evangélico” na Corte. A indicação de um presidente da República ao STF, contudo, nunca demorou tanto tempo para ser avaliada pelo colegiado.
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Espera
Indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em 13 de julho, André Mendonça aguarda a sabatina para assumir a cadeira no STF. Desde que assumiu a presidência, Bolsonaro destacou a intenção de indicar um ministro “terrivelmente evangélico”. No entanto, a escolha pelo nome de André Mendonça segue travada. O motivo seria evitar um desgaste ainda maior do mandatário em caso de uma rejeição do ex-advogado-geral da União (AGU) em votação no Senado.
Para assumir no STF, Mendonça terá que se submeter a uma sabatina no Senado e sua indicação será votada no plenário. Ele precisará da maioria (41) dos votos dos 81 senadores para se tornar apto a ocupar o cargo.
Quem é André Mendonça
André Mendonça é pastor presbiteriano licenciado e servidor público federal concursado. Entre 2016 e 2018, foi assessor na Controladoria-Geral da União (CGU) e, depois, advogado-geral da União (AGU) no governo Bolsonaro, cargo que ocupou durante todo o ano de 2019 até abril de 2020 — quando Sergio Moro deixou o Ministério da Justiça. Mendonça, então, assumiu o lugar do ex-juiz e, como chefe da pasta, foi acusado de ter extrapolado suas funções institucionais atuando como advogado particular do presidente.