O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta divulgou um vídeo de março de 2020 no qual ele comentava o número elevado de mortes no hospital Santa Maggiore, da Prevent Senior.
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“No momento que entrou ali dentro, você já não consegue tirar as pessoas de lá porque elas estão em isolamento ali dentro, você não sabe quem vai apresentar a doença ou não… você todas aquelas pessoas imunossuprimidas e você já fez 80 mortos de um total de 136”, diz. “80 em um lugar só…”, completa Mandetta.
Confira o vídeo:
Mandetta foi demitido 15 dias depois de fazer o alerta.
A Prevent Senior está sendo acusada de ocultar mortes de pacientes que participaram de estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina contra COVID-19.
A pesquisa foi apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e divulgada como solução contra a pandemia.
A informação foi publicada em primeira mão pela TV Globo, que afirmou que a CPI da COVID recebeu um dossiê com uma série de denúncias de irregularidades, elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent.
No documento, é citado que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent. Segundo o dossiê, o estudo foi um desdobramento do acordo.
Código de classificação da COVID
Na CPI da COVID, Pedro Batista Júnior, diretor da Prevent Senior, afirmou que os hospitais da rede alteravam o código de classificação do vírus.
De acordo com o diretor, após os pacientes ficarem 14 dias internados com o vírus, o diagnóstico era alterado.
“A mensagem é clara: todos os pacientes com suspeita ou confirmados de COVID, na necessidade de isolamento, quando entravam no hospital, precisavam receber o B34.2, que é o código de COVID, e, após 14 dias – ou 21 dias, para quem estava em UTI –, se esses pacientes já tinham passado dessa data, o código poderia já ser modificado, porque eles não representavam mais risco para a população do hospital”, disse o diretor.