Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, desta terça-feira (28/9), a advogada Bruna Morato, foi atacada pelo senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) por não dizer o nome dos seus clientes. O senador insistiu que ela não poderia depor na CPI como advogada.
Leia Mais
Bolsonaro: "Me pergunto como chegamos até aqui, como estamos sobrevivendo'Temer diz ser contra orçamento secreto e que prática é um 'equívoco' do governoMarcos Rogério tenta desmoralizar advogada e Tebet interrompecpiCOVIDJoice Hasselmann: 'Pouco provável que Bolsonaro aumente sua popularidade'Vieira para Marcos Rogério: 'Poderia tentar novamente acesso à OAB'Durante a fala, o governista citou o nome de alguns médicos que foram demitidos pela CPI. De acordo com o argumento do senador, a ação é apenas “trabalhista”.
Depois de ser questionada inúmeras vezes pelo governista, Bruna pediu educação para o governista.
“Eu perguntei se vossa senhoria conhece esses nomes que citei”, disse Rogério. “Se o senhor me der tempo, eu respondo”, disse Bruna. “Conhece ou não?”, respondeu Rogério.
“O modo como eu formulo as minhas respostas me diz respeito. Então, vou continuar formulando minhas respostas com educação, diferente do senhor nos seus questionamentos”, respondeu Bruna.
O dia da CPI
A advogada Bruna Morato, representante dos médicos que elaboraram um dossiê de denúncias contra a Prevent Senior, depõe nesta terça-feira (28/9) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado.
O documento aponta que a operadora de planos de saúde ocultava mortes em um estudo com medicamentos sem eficácia contra o coronavírus, como a hidroxicloroquina.
O documento aponta que a operadora de planos de saúde ocultava mortes em um estudo com medicamentos sem eficácia contra o coronavírus, como a hidroxicloroquina.
Os 15 médicos que fizeram a acusação trabalharam na Prevent Senior. Segundo eles, nove pacientes morreram, mas a pesquisa relata que foram apenas dois casos. Além disso, também dizem que foram coagidos a receitar remédios do chamado “Kit-Covid", sem consentimento de pacientes e familiares.
Senadores ainda buscam investigar se esses estudos teriam sido usados pelo Ministério da Saúde por meio do "gabinete paralelo” do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O requerimento de convocação de Bruna Morato foi apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE). Ela deve esclarecer hoje os detalhes do material aos parlamentares.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Leia também: Entenda como funciona uma CPI
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.