O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), culpou, nesta terça-feira (28/9), os governadores pela alta do preço dos combustíveis. Ele defendeu que os líderes estaduais precisam "se sensibilizar" e "dar sua cota de sacrifício". A declaração ocorreu durante a entrega de moradias em Teotônio Vilela, Alagoas. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Lira anunciou que o Congresso debaterá o projeto de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do governo que foi enviada à Casa em fevereiro.
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Bolsonaro visitará Belo Horizonte na próxima quinta-feira (30/9)CNMP vota processo disciplinar contra procuradores da Lava Jato RioNa CPI, advogada Bruna Morato diz temer pela vida delaPrevent Senior: como plano de saúde investigado cresceu como 'única alternativa' para idososPor que governo pós-Merkel na Alemanha pode aumentar pressão sobre Bolsonaro?"E sabe o que é que faz o combustível ficar caro? São os impostos estaduais. Os governadores tem que sensibilizar. O Congresso vai debater o projeto que trata do projeto de imposto do ICMS para que ele tenha um valor fixo, para que ele não fique vulnerável aos aumentos do dólar porque esse a gente não controla. Para que eles não fiquem vulneráveis aos aumentos do petróleo porque esse a gente não controla, mas se a gente bota um valor fixo de ICMS, o governo do estado vai continuar recebendo o dinheiro dele, mas não vai receber mais do que a gasolina que é vendida nas refinarias para os postos de combustíveis no Brasil", alegou.
O presidente da Câmara defendeu que o Executivo abriu mão dos impostos federais e que os governadores precisam seguir o exemplo. "O governo federal já está abrindo mão de seus impostos. Dois governadores, um do Rio Grande do Sul e outro do Mato Grosso, estão baixando e os outros também tem que acompanhar, dar sua cota de sacrifício porque estão arrecadando muito neste período de pandemia. As arrecadações subiram e não é justo que o mais humilde pague a conta para manter a arrecadação crescente num momento em que todos reclamam que não podem comprar um botijão de gás, abastecer seu carro ou moto e pagar sua conta de luz", acrescentou.
Sobre as vacinas, Lira disse que quem comprou as vacinas distribuídas no estado foi o governo federal. O estado visitado pelo presidente em comemoração aos 1000 dias de gestão é comandado pelo governador Renan Filho (MDB), filho do senador Renan Calheiros e adversário político local do grupo político de Arthur Lira.
"Vou fazer uma pergunta aqui: Quem vocês acham que compraram ou que comprou as vacinas que vieram para Alagoas? Foi o governo do Estado, foram os prefeitos? Todas as vacinas de Alagoas foram compradas e entregues pelo governo de vossa excelência. Hoje temos uma das menores taxas de mortalidade do país e não é por nenhum esforço do governo estadual que alardeia e faz propaganda, mas pelo esforço do governo federal".
Por fim, ele destacou que o Senado "precisa acelerar as suas discussões e os entendimentos estão sendo feitos para que isso aconteça". "E que nós possamos, ao final deste ano, entregar um Brasil melhor do que o de Brasil de 2020. Para quem em 22, o ano de prestar contas de cada um ao povo que é quem elege e quem tira, pode julgar quem merece retornar para tomar conta de um Brasil generoso, de um Brasil gigante e forte", concluiu.
Mais cedo, nas suas redes sociais, Lira afirmou que o Brasil não poderia tolerar a gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120.
Bolsonaro chama Lira de 'velho amigo'
Já Bolsonaro, destacou que as palavras de Lira trouxeram alento. Ele acenou ao parlamento afirmando que o mesmo tem uma contribuição grande nas entregas que o governo realiza pelo Brasil. Ao se referir a Lira, chamou-o de "velho amigo" e apelou para que os parlamentares aprovem o projeto.
O alagoano ex-presidente da República e senador, Fernando Collor de Mello disse que o presidente "tem o que mostrar na comemoração dos seus 1000 dias" e elogiou-o afirmando que o presidente é um homem determinado, corajoso e que "enfrenta poderosos onde quer que eles estejam" na defesa do interesse da maioria brasileira.
Ele citou ainda problemas em outros países na tentativa de justificar a crise econômica do país. "Muitos querem construir a narrativa que a culpa é do Bolsonaro porque não choveu e porque tem uma pandemia que há 100 anos o mundo enfrentava. Não é bem assim que temos que raciocinar, mas da maneira como ele vem enfrentando os problemas: com destemor, com coragem e, sobretudo, com a certeza e a vontade de servir ao nosso povo", relatou.
Flávia Arruda, ministra-chefe da Secretaria de Governo também defendeu que não "é fácil governar um país desse tamanho com tantas dificuldades", mas que Bolsonaro "é um homem de coragem, de força e de fibra".