Representante dos médicos que elaboraram um dossiê de denúncias contra a Prevent Senior, a advogada Bruna Morata afirmou, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID desta terça-feira (28/9), que a empresa sugeria reduzir o nível de oxigênio de pacientes internados internados nas unidades de terapia intensiva (UTIs) dos hospitais da rede, de modo a liberar os leitos.
Segundo a advogada, a orientação era que "óbito também é alta". A expressão chocou os senadores na CPI e ganhou destaque nas redes sociais, onde foi compartilhada com incredulidade.
Na sessão, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) perguntou à advogada a respeito de um prazo de internação desses pacientes. “Se eu não estiver enganado, a senhora relatou um determinado intervalo para a internação em UTIs, seriam 14 dias e, após esse período, a saída para paliativos. Isso é informação, isso consta em algum lugar?”
Bruna Morato respondeu que gostaria que essa informação fosse averiguada, já que ela não consta da denúncia. “Foi uma informação que eu recebi posterior à denúncia.”
Em seguida, ela descreveu o relato que ouviu de um dos denunciantes. “Pacientes internados em determinadas unidades de terapia intensiva, cuja internação tivesse mais de 10 ou 14 dias, a esses pacientes o procedimento indicado era a redução da oxigenação. O nível dos respiradores era reduzido e, esses pacientes, segundo informações dos médicos, morriam na própria UTI. “Então, havia uma liberação de leitos. A expressão que ouvi ser muitas vezes utilizada é: ‘Óbito também é alta’”, concluiu.
A advogada afirmou ainda não acreditar que esses pacientes tivessem condições de serem encaminhados à enfermaria (leito híbrido) e avaliou ser importante a disponibilização dos prontuários médicos, para que seja feita uma avaliação devida.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria