O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na noite desta sexta-feira (1º/10), em Belo Horizonte, que tem como intenção pacificar o país caso seja eleito presidente em 2022. Doria
está na capital de Minas Gerais
desde a tarde de hoje em busca de apoio político, visando às prévias do PSDB - que definirá o nome tucano ao pleito do ano que vem.
"Mensagem da esperança no Brasil e mensagem de muita paz. Nós precisamos ter confiança na democracia, respeitar a democracia e respeitar também a possibilidade de termos a terceira via em 2022. Por isso estamos fazendo e respeitando as regras do PSDB, estou confiante que quem for vencedor do PSDB será a terceira via", afirmou Doria.
O governador paulista, caso saia como candidato em 2022, deve ter como grandes rivais figuras como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil de 2003 a 2010, e Jair Bolsonaro (sem partido), atual chefe do Executivo federal. Para isso, contudo, Doria precisa vencer as prévias do PSDB, marcadas para o dia 21 de novembro deste ano.
'Grande destaque' a Minas Gerais
Doria, inclusive, não tem o apoio do PSDB de Minas Gerais, que optou por Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul e outro que busca concorrer o pleito de 2022. O paulista não se incomoda com o fato e diz que tem boas intenções para o estado caso seja eleito presidente.
"Espero poder oferecer nossa proposta de governo, proposta esta que inclui e coloca Minas Gerais com grande destaque. Tem não só a segunda maior concentração populacional do país, segundo maior colégio eleitoral, como riquezas minerais, do agronegócio, ciência. Minas tem papel fundamental na reorganização do país e na reordenação da democracia do país", disse.
Minas Gerais foi o 14° estado visitado por Doria nesta "campanha" visando às prévias do PSDB de 2022. O governador de São Paulo tem usado os fins de semana para fazer estas viagens.
A passagem de Doria por Minas, que contou nesta tarde com uma reunião com Romeu Zema (Novo), governador mineiro, termina neste sábado (2). O governante se reúne durante a manhã com outros agentes políticos, como prefeitos e vereadores, em Betim, cidade da Região Metropolitana de BH, antes de retornar a São Paulo.
Transição com Bolsonaro
Se em 2018 Doria era uma figura simpática a Bolsonaro, ambos eleitos naquele ano - um como governador e outro como presidente -, a relação atualmente é de embates. As tensões cresceram especialmente a partir da pandemia de COVID-19, em março de 2020.
Doria e Lula são considerados duas das principais desavenças de Bolsonaro. O governador paulista afirmou que, caso eleito, pretende fazer uma transição respeitosa e republicana.
"Apesar de ser um antagonista, sou um adversário claro e manifesto de seu governo, tratarei com muito respeito, como fiz em São Paulo, quando venci as eleições contra o Fernando Haddad. Foi o antipetismo, mas tratei com muito respeito, de forma republicana. Tranquila, sólida, fluída e republicana", afirmou.
Evento a la Doria
O jantar em BH com empresários foi ao estilo João Doria: banners com sua imagem, cartazes que diziam "Minas Gerais com João Doria", adesivos e até palco central. O restaurante foi fechado pela equipe de Doria, e o governador atendeu a maioria dos presentes.
"Muito feliz de estar em BH, em Minas Gerais, aqui é a síntese do país", afirmou Doria, durante discurso breve no palco, onde subiu ao som da música "Love Generation", do DJ Bob Sinclair.