A um ano das eleições, a disputa pelo governo de Minas caminha para polarização entre o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD). É o que revela pesquisa de intenção de voto realizada com eleitores pelo Instituto Opus, em parceria com o Estado de Minas.
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O diretor do Instituto Opus, Matheus Dias, avalia que Kalil precisa ter um movimento para o interior do estado. Além disso, Dias não descarta a aparição de alternativa esquerda na disputa.
“O prefeito de BH vai ter que interiorizar, se apresentar aos eleitores das regiões que não são próximas da capital. O caminho aponta mesmo para polarização entre o governador Zema e o prefeito Kalil, mas isso não impede que surjam nomes competitivos, principalmente de linha mais de esquerda, mas ideológica. Não está descartado, mas o cenário atual indica essa polarização, mas caso ele tenha real intenção, ele precisa interiorizar para que o nome seja mais conhecido, algo já realizado por Zema e que ocupa o atual posto, que dá projeção muito grande”, afirma.
Outro ponto abordado por Matheus Dias é que o cenário para o governo estadual está menos polarizado, por exemplo, do que o cenário para a Presidência da República. O motivo seria a diferença atualmente entre Kalil, malvisto por bolsonaristas, e Zema, nome simpático aos apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
“Pontuaria que para presidente da República o cenário é mais polarizado que no cenário estadual por essa diferença no caso do governo de Minas. Mas, por enquanto, são duas disputas polarizadas, mesmo com diferenças de estilos e ideologia nos dois casos”, diz.
A pesquisa do Instituto Opus, em parceria com o Estado de Minas, entrevistou mil eleitores via ligação telefônica, espalhados por 273 cidades do estado. O levantamento foi feito entre 27 e 30 de setembro. A margem de erro é de 3,2%, e o intervalo de confiança é de 95%.