Jornal Estado de Minas

COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS

Paulo Guedes é convocado para explicar offshores no Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (5/10), dois requerimentos de convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A convocação foi feita para que eles expliquem por que mantêm recursos em contas offshore no exterior. 




 
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Mais cedo, a Comissão de Trabalho de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados já havia aprovado a convocação de Guedes.
 
A denúncia das offshores foi feita pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
 
No Senado, o requerimento foi escrito pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jean Paul Prates (PT-RN). No texto, apenas Paulo Guedes seria convocado, mas durante a reunião, os parlamentares adicionaram o nome de Roberto Campos Neto no pedido.
 
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De acordo com a denúncia feita pelo ICIJ, Guedes e Campos Neto mantiveram os empreendimentos após terem entrado para o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).





Segundo o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, instituído em 2000, é proibido a funcionários do alto escalão manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de ser afetadas por políticas governamentais. 

A proibição não se refere a toda e qualquer política oficial, mas apenas àquelas sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.

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Na reportagem, Guedes aparece como acionista da empresa Dreadnoughts International Group, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas.

Os documentos apontam que o ministro possuía em 2014 pelo menos US$ 8 milhões investidos na companhia, registrada em seu nome e nos de sua mulher, Maria Cristina Bolívar Drumond Guedes, e filha, Paula Drumond Guedes. 

Ainda segundo a série de reportagens, esse número subiu para US$ 9,5 milhões no ano seguinte, de acordo com os documentos obtidos pela ICIJ.

 




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