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MG: Bolsonaro conquista ricos e evangélicos; Lula vence entre mais pobres

A vantagem de nove pontos percentuais - 34% a 25% - que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Minas Gerais é composta por variáveis que mostram o predomínio dos iminentes candidatos ao Palácio do Planalto em diferentes grupos da população.



Levantamento do Instituto Opus, feito em parceria com o Estado de Minas, indica que o atual chefe do poder Executivo leva vantagem no segmento evangélico e tem a maioria dos eleitores que recebem mais de dois salários mínimos. Já o petista vence quando a disputa é reduzida à parcela mais pobre da população. Lula também triunfa na disputa pelos votos dos que não têm ensino superior completo.

Entre os mineiros que recebem até dois salários mínimos – fixado em R$ 1,1 mil –, Lula tem 42% da preferência do eleitorado, ante 19% de Bolsonaro. Na faixa seguinte, que engloba detentores de renda mensal de até cinco salários, o presidente vence por 28% a 26%. A vantagem do capitão reformado cresce em outros estratos econômicos. No grupo dos que ganham entre cinco e dez salários, Bolsonaro triunfa por 35% a 24%; a margem pró-Bolsonaro também é vista na disputa dos votos dos brasileiros que ganham mais de 10 salários: 36% a 31%.

Lula tem 44% dos votos dos que estudaram até o ensino fundamental, contra os 21% somados por Bolsonaro. A dianteira do PT diminui quando a amostra é reduzida aos que concluíram o ensino médio: 30% a 27%. Entre os brasileiros com ensino superior, ambos somam 26%.



Para Matheus Dias, diretor do Instituto Opus, as vitórias de Lula entre os mais pobres – enquanto Bolsonaro arregimenta os mais abastados – são reflexos das políticas públicas e econômicas defendidas por cada um deles.

"Entre os que esperam mais programas do estado, Lula, de histórico muito forte nessa área, tem melhor desempenho. No segmento que espera menos intervenção estatal e um liberalismo econômico mais acentuado, Bolsonaro tem desempenho relativamente melhor", diz ele.

Bolsonaro domina votos evangélicos


No que tange às crenças religiosas do eleitorado, há certa divisão. Bolsonaro tem a preferência dos evangélicos, vencendo o rival petista por 29% a 24%. Apesar disso, Lula vence entre os católicos (38% a 21%) e entre os que professam a fé de outras formas (29% a 25%).



Triunfo do ex-presidente, ainda, quando a pesquisa trata dos que não têm religião: 34% a 24%.

Segundo Matheus Dias, a predisposição do eleitorado evangélico em escolher Bolsonaro é fruto dos recados emitidos pelo presidente em direção a essa parcela da população. Desde o início de seu mandato, o governante tem falado em escolher um ministro "terrivelmente evangélico" para compor o Supremo Tribunal Federal (STF). Os evangélicos são responsáveis pela mais confortável vantagem conquistada por Bolsonaro em solo mineiro.

"Essas sinalizações que o presidente vêm dando têm surtido efeito, uma vez que entre todos os estratos econômicos e demográficos observados na pesquisa, é justamente entre os evangélicos que Bolsonaro tem o melhor desempenho", observa o especialista.

Lula tem jovens e mulheres


Entre as mulheres de Minas Gerais, 33% declararam o desejo de votar em Lula, enquanto outras 21% apontaram Bolsonaro como predileto. Os homens também apontam predominância do PT, mas por margem menor: 36% deles escolheu o ex-presidente, enquanto 29% citou o atual líder do país.



Lula também domina todas as faixas etárias, mas sua vantagem diminui com o avançar das idades. No que tange aos jovens, vence Bolsonaro por 35% a 20%.

Entre os brasileiros de meia idade, triunfa por 35% a 25%. Já 34% dos mais velhos, por sua vez, preferem o petista, enquanto outros 26% mencionam o atual presidente.

Disputa polarizada


A dianteira de nove pontos estabelecida por Lula é referente ao cenário estimulado, em que os participantes da pesquisa recebem lista com os nomes de possíveis postulantes à presidência. Os índices de indecisos (14%) e de potenciais votos em branco (9%) são maiores que os dos demais candidatos mencionados. Após os 34% do petista e os 25% do capitão reformado, vêm os 8% de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz federal. Ciro Gomes, do PDT, soma 6%.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), tem 2%, mesmo percentual do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (MG), que está no DEM, mas é cortejado pelo PSD. Os tucanos João Doria e Eduardo Leite, por seu turno, somam 2% e 1%, respectivamente.

A pesquisa Opus/EM entrevistou 1 mil eleitores via ligação telefônica, espalhados por 273 cidades do estado mineiro. A coleta ocorreu na última semana, entre terça (27/9) e quinta-feira (30/9). A margem de erro é de 3,2%. O intervalo de confiança é de 95%.

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