O depoente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID desta quinta-feira (7/10), Tadeu Frederico de Andrade, que ficou internado com COVID-19 em um hospital da Prevent Senior, contou aos senadores que depois de 30 dias da internação, os médicos da rede informaram para sua família que ele morreria em poucos dias, e com isso, ele seria cuidado na ala de cuidados paliativos.
De acordo com o depoente, essa foi a “desculpa” que os médicos deram para que ele fosse adicionado ao setor. Ele conta que o período de UTI durou cerca de 30 dias, quando a filha dele recebeu um telefonema.
Leia Mais
Prefeito mineiro é intubado com COVID-19 e tem estado de saúde 'delicado'Justiça determina que Dallagnol pague R$ 40 mil a Renan por danos moraisConitec adia decisão que barraria cloroquina no SUScpiCOVIDJustiça abre sigilo de prontuários de cinco pacientes da Prevent SeniorPrevent Senior fecha acordo com MP-SP e se compromete a vetar 'kit COVID'Doria e Eduardo Leite travam guerra nas prévias do PSDBCPI: Prevent diz que médica sugeriu, mas não determinou tratamento paliativoPrevent: médico narra fraude e incentivo a tratamento precoceSegundo Tadeu, com esse tratamento ele receberia morfina e todos os equipamentos que o mantinham vivo seriam desligados. Além disso, haveria uma recomendação para que, em caso de parada cardíaca, ele não fosse reanimado.
“Bom, e finalizando, minha família não concorda nessa reunião com o início dos cuidados paliativos, se insurge, ameaça ir à Justiça para buscar uma liminar para impedir que eu saia da UTI e ameaça procurar a mídia. Nesse momento, a Prevent recua e cancela o início do tratamento paliativo, ou seja, eu, em poucos dias, estaria... Eu estaria vindo a óbito e hoje eu estou aqui”, disse.
O dia da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, aproxima-se do fim e, em primeiro momento, colhe nesta quinta-feira (7/10) os dois últimos depoimentos. Os dois depoentes estão ligados com o plano de saúde Prevent Senior.
Walter Correa de Souza Neto, um dos médicos da Prevent Senior que denunciou possíveis irregularidades - como tratamento do coronavírus com medicamentos com ineficácia comprovada -, e Tadeu Frederico de Andrade, cliente da Prevent Senior, depõem à CPI da COVID.
A CPI da COVID apura omissões do governo federal durante a pandemia e o repasse de verbas federais aos estados. A comissão foi instalada em abril deste ano e será finalizada em até duas semanas.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Leia também: Entenda como funciona uma CPI
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.