A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, se manifestou pela primeira vez após o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à distribuição gratuita de absorventes para estudantes de escolas públicas e para mulheres em vulnerabilidade social. Damares defendeu Bolsonaro disse que o país precisa escolher entre "vacina e absorvente".
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A ministra também disse que o Brasil vai distribuir absorventes "na hora certa", uma vez que o Ministério da Saúde, no momento, está dedicado a adquirir vacinas e remédios.
"É uma questão de prioridade, não vamos tirar o arroz da cesta básica para colocar o absorvente", concluiu.
Pobreza menstrual
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) publicados em maio mostram que mais de 4 milhões de mulheres vivem sem acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Mais de 700 mil meninas não têm banheiro ou chuveiro em casa. A pobreza menstrual, como é chamada a dificuldade de aquisição de recursos de higiene, infraestrutura e conhecimentos sobre a menstruação, afeta o desempenho escolar das estudantes brasileiras.
Segundo a ONU, uma em cada quatro jovens deixam de ir ao colégio durante o período menstrual por falta de absorventes, média 2,5 vezes superior à mundial. Com isso, as jovens perdem cerca de 45 dias de aula por ano letivo.