O ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse estar tranquilo para o seu terceiro depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19 na próxima segunda-feira (18/10). O ministro disse estar "com a consciência tranquila". A oitiva de Queiroga deve ser a última da CPI, que encerra os trabalhos no dia 20 deste mês.
Queiroga foi reconvocado após compartilhar em suas redes sociais um conteúdo que questionava a eficácia das vacinas, enquanto cumpria quarentena após ter sido infectado durante uma viagem, em comitiva do presidente Jair Bolsonaro, para participar da Assembleia-Geral da ONU, nos Estados Unidos, no final de setembro.
Outra razão criticada pelos senadores foi a retirada de pauta de votação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) de um relatório contrário ao "tratamento precoce" com hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a COVID. Os senadores querem saber o porquê da retirada do trecho 'anti-tratamento precoce', uma vez que as substâncias utilizadas na tentativa de profilaxia não possuem eficácia no combate ao coronavírus.
Investigação
No dia 19 de outubro será realizada a leitura do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo entrevistas coletivas concedidas pelo próprio relator, até o momento, há 37 pessoas na condição de investigados da CPI, entre elas o próprio ministro da Saúde.
Renan disse ainda que o texto deve indiciar mais de 40 pessoas por crimes como disseminação de notícias falsas e crime contra a vida. O emedebista garantiu ainda que Bolsonaro será responsabilizado no relatório.
Pós-CPI
Segundo o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), após o término da comissão vai ocorrer um período "pós-CPI". No dia 21 de outubro, o texto será levado à Procuradoria-Geral da República; no dia 26, os membros da CPI vão se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para protocolar um pedido de impeachment contra Bolsonaro; no mesmo dia, o texto será encaminhado à Procuradoria da República do DF para indiciados que possuem este foro.
Nos dias 27 e 28 de outubro, a CPI vai entregar o texto à força-tarefa do Ministério Público de São Paulo para dar sequência à eventual ação penal - em especial no caso Prevent Senior.
Randolfe assegurou ainda que os senadores estão dispostos a levar o relatório até a última instância, no tribunal internacional.