O líder do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa, Gustavo Valadares (PSDB), sugeriu, nesta segunda-feira (11/10), a criação do passaporte da vacina para acesso a jogos de futebol em Belo Horizonte. O tucano defendeu a medida para baratear os custos da ida ao estádio e impedir que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tente acompanhar partidas na capital mineira. Nesse domingo, o chefe do poder Executivo nacional não conseguiu assistir ao duelo entre Santos e Grêmio, na Vila Belmiro, por não ter sido imunizado contra o coronavírus.
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Mineiros se preocupam mais com corrupção e desempregoBolsonaro: para bancar absorventes, será preciso cortar em saúde e educaçãoAuditores denunciam 'trem da alegria' e convocam debate contra resolução do TCUBolsonaro: ''Decidi não tomar mais a vacina. Imunização está lá em cima''Bolsonaro cumpre agendas no litoral paulista e, em Santos, afirmou ter tentado ver ao vivo o confronto entre Peixe e Tricolor. Ele, porém, não cumpriu requisito imposto aos torcedores pelo governador João Doria (PSDB): a apresentação do comprovante vacinal.
Em Belo Horizonte, torcedores precisam apresentar, além do ingresso, resultado negativo para a doença. São aceitos o exame RT-PCR e o teste de antígenos. Mesmo os cidadãos com esquema vacinal completo precisam se submeter a uma das verificações.
Dirigentes do Atlético tentam, junto à prefeitura de Belo Horizonte, permitir que torcedores contemplados com duas doses - ou com a injeção única da Janssen - possam ir aos jogos apenas atestando a vacinação. Além do Galo, Cruzeiro e América também já recebem público. Por ora, a capacidade é limitada a 30% da lotação máxima de Mineirão e Independência.
Ao criticar a obrigatoriedade do passaporte, Bolsonaro chegou a afirmar possuir mais anticorpos que pessoas imunizadas. "Por que cartão, passaporte, da vacina? Eu queria ver o jogo do Santos agora. Me falaram que tem que estar vacinado. Por que isso? "Eu tenho mais anticorpos do que quem tomou a vacina", falou ele.
Valadares, por sua vez, é figura constante nos jogos do Atlético. Seu pai, Ziza, chegou a presidir o clube.
Bastidores das relações
Zema tem relação cordial com o presidente da República. No fim de setembro, Bolsonaro esteve em BH para oficializar o repasse de recursos à expansão do metrô municipal. Durante o evento, ocorrido na Cidade Administrativa, o governador recebeu um afago do chefe do governo federal.
"Como é bom ter um governador da estatura do Romeu Zema. A humildade do Zema é o sucesso de seu trabalho em Minas", elogiou Bolsonaro.
O governador tirou a máscara de proteção facial após pedidos da plateia que se aglomerou para tietar o presidente. Houve gritos de "BolsoZema".
Apesar da relativa proximidade entre ambos, Gustavo Valadares é defensor da presença do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), na disputa à presidência. Majoritariamente, os tucanos mineiros têm se posicionado ao lado do gaúcho, que disputa as prévias da legenda contra João Doria e Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus.