Jornal Estado de Minas

VIOLÊNCIA

Bolsonarista agride cinegrafista da GloboNews: 'Se eu pudesse, mataria'

O cinegrafista Leandro Matozo, da GloboNews, foi agredido com uma cabeçada por um militante bolsonarista nesta terça-feira (12/10), no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo. O agressor ainda disse ao profissional e a um repórter que, se pudesse mataria os dois. Matozo machucou o nariz, sangrou bastante, mas está bem.



Opinião sem medo e o 'fascismo bolsonarista' na agressão ao cinegrafista
'Se a imprensa é atacada, é porque é relevante', diz presidente da ANJ

Leandro falou sobre o episódio no Twitter. “No final da tarde, nossa equipe decidiu gravar na parte externa da igreja, quando fomos surpreendidos por um apoiador do Presidente Bolsonaro. Ele nos abordou com xingamentos contra a TV e não parou. Em um determinado momento, disse: SE PUDESSE MATARIA VOCÊS", escreveu.

O cinegrafista estava acompanhado do repórter da GloboNews  Victor Ferreira. Após ouvir a ameaça, Ferreira pediu socorro a policiais que patrulhavam a região. Matozo conta que foi nesse momento que o agressor deu uma cabeçada em seu rosto. “Meu nariz sangrou muito na hora”, narrou pelo twitter.

Victor também comentou o caso nas redes sociais. Ele disse que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar (PM), mas que os agentes se recusaram a conduzir o agressor à delegacia para não “prender a viatura”. “O agressor foi liberado antes de nós e ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao santuário”, escreveu.





De acordo com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), o autor do ataque é Gustavo Milsoni e trabalha como professor na Escola Estadual Cid Boucault, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.

A entidade se posicionou sobre a questão por meio de nota, na qual exige da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e do governador João Dória (PSDB) que a agressão “não seja relativizada ou negligenciada".

“É urgente que se interrompa essa escala de violência contra os trabalhadores da comunicação antes que algo mais grave aconteça. O ato covarde se insere num contexto de intimidação cada vez mais recorrente de profissionais de imprensa que estão nas ruas para cumprir a função social de levar informação às pessoas”, reiterou o Sindicato.

audima