Vereadores de Belo Horizonte acordaram nesta sexta-feira (15/10) pelo fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Nepotismo na Prefeitura de BH, aberta pela Câmara Municipal em 30 de setembro. A CPI teve somente duas reuniões: uma encerrada por falta de quórum e a desta sexta, que determinou a extinção do colegiado.
Nikolas Ferreira (PRTB), Wilsinho da Tabu (PP), Marcos Crispim (PSC) e Flávia Borja (Avante) eram os outros integrantes da CPI, que não chegou a ter presidência e relatoria definidas. Bruno Miranda, que deixou a reunião desta sexta como protesto à extinção, teme que o movimento seja uma manobra dos vereadores para redefinir a composição do colegiado.
A CPI do Nepotismo foi protocolada após denúncias de suposto nepotismo envolvendo o setor de comunicação da prefeitura. A suspeita dos parlamentares é de que Vitor Colares, diretor-geral de imprensa, teria influenciado na progressão salarial da esposa. Procurado pela reportagem, o assessor negou as acusações.
"Meu trabalho na prefeitura é fazer assessoria de imprensa. O relacionamento com a minha atual esposa começou em 2020, quando nós dois já trabalhávamos na prefeitura em diretorias diferentes, e a mudança de cargo se trata de uma progressão natural na carreira de um servidor público. Considero a instalação da CPI uma perseguição política e uma decisão machista por não levar em conta que uma mulher poderia ter um aumento de salário por mérito próprio, sem que a influência do marido fosse determinante", afirmou Colares à época.
"Esta CPI poderia ser apenas uma consulta à Prefeitura de BH ou ao Ministério Público. A Procuradoria-Geral já a considerou apta para assumir o cargo. A preferência pela CPI é para gerar palanque político e tentar desgastar o prefeito", completa.