Amparado por militantes tucanos e embalado pelo som de um grupo de pagode, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), aterrissou em Belo Horizonte nesta sexta-feira (15/10) para evento em apoio à sua candidatura nas prévias internas do partido. O gaúcho quer disputar a presidência da República, mas precisa de aval da legenda. A direção da agremiação em Minas Gerais apoia a empreitada.
Para impulsionar a campanha de Leite, lideranças do partido em Minas organizaram um ato em um hotel do Centro de BH. A estratégia passa por tentar ser opção à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles lideram as pesquisas eleitorais.
"O Brasil não precisa de um terceiro polo de radicalização. Precisa de uma terceira via. A terceira via não é sentar a uma mesa onde há briga para brigar ainda mais. A terceira via deve se sentar à mesa para buscar a conciliação e a convergência", disse ele, em entrevista coletiva.
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"Somos bom exemplo de que é possível aliar firmeza ao diálogo e a convicção ao respeito. Não passar por cima de quem pensa diferente. Focar em atacar, com argumentos, os problemas, e não ficar atacando uns aos outros", afirmou, citando problemas como inflação e desemprego.
O gaúcho pisou em solo mineiro duas semanas após o governador paulista, João Doria, cumprir agendas no estado. Eles são adversários nas prévias internas do PSDB. A dupla deve monopolizar os votos do pleito, marcado para o dia 21 de novembro. Além deles, concorre também Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM).
Mineiros do PSDB querem Eduardo Leite
Há cerca de três meses, tucanos de Minas Gerais foram ao Rio Grande do Sul conversar com Eduardo Leite sobre a possibilidade de emplacar a participação dele na eleição interna.
Leite reconheceu ter estilo diferente de Doria, seu principal concorrente. Apesar disso, garantiu que após a decisão da legenda, os quadros vão se unir.
"Não estou nas prévias contra Doria ou Arthur Virgílio. Estamos apresentando nosso jeito, como a gente pensa que o PSDB deve se apresentar".
Os atos de Doria em Minas Gerais não tiveram tanta adesão de quadros importantes do partido. O único deputado mineiro a apoiá-lo é Domingos Sávio, que tem assento na Câmara Federal.
Paulo Abi-Ackel destacou o fato de a grande maioria do PSDB estadual ter se unido em torno de Leite. Foi justamente pela capacidade de aglutinação de Leite que Abi-Ackel liderou uma comitiva rumo ao RS para dar força à pré-candidatura do governador.
"Nós fomos a Porto Alegre porque detectamos a capacidade dele de unir não só o PSDB, mas outros partidos que, tradicionalmente, se aliam ao PSDB na eleição", esperançou.
Aécio Neves, que disputou o Palácio do Planalto em 2014, subiu ao palanque para discursar em prol de Eduardo Leite. Ele desejou "força e coragem" ao correligionário para conseguir o triunfo interno.