De passagem por Belo Horizonte, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) se reuniu, nesta sexta-feira (15/10), com lideranças tucanas em Minas Gerais. O gaúcho quer disputar a Presidência da República em 2022 e prega diálogo na busca por soluções para os problemas do Brasil.
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Pré-candidato ao Planalto, Eduardo Leite faz campanha em BHCPI: Vieira apresenta relatório paralelo e pede indiciamento de BolsonaroLula: 'Se o povo não tem dinheiro, não come'Eduardo Leite: 'Terceira via não é terceiro polo de radicalização'"Se tem uma característica da política mineira, é essa capacidade de conversar, articular e buscar entendimentos. O Brasil está precisando disso. Minas Gerais não vai ser importante apenas para nós nas prévias. Vai ser importante no jeito mineiro de fazer política. Bola no centro, respeitando as posições e construindo as soluções do Brasil", disse ele, em entrevista coletiva, ocorrida em um hotel no Centro belo-horizontino.
Leite tem angariado apoios e conseguido dar musculatura à tentativa de disputar o Palácio do Planalto. O ato organizado em Belo Horizonte, por exemplo, contou com a presença de número consideravelmente maior de lideranças em relação à quantidade vista em encontro oferecido por apoiadores de João Doria, há duas semanas. O governador de São Paulo é o principal adversário do gaúcho no pleito interno.
Os sinais positivos sobre sua candidatura dão a Leite a confiança de que será possível vencer as prévias. Apesar disso, como bom "mineiro", ele prefere a cautela. "Isso (os apoios conseguidos) não significa que as prévias estão vencidas ou que o jogo está jogado".
"A decisão que Minas Gerais tomou, por unanimidade, de apoiar nossa candidatura, me orgulha, me honra e me dá enorme responsabilidade. Minas é o segundo (maior) colégio eleitoral dentro do nosso modelo de prévias e tem uma tradição política. Temos, aqui, um estado caracterizado por políticos que sabem fazer a boa política", completou ele.
Leite fala em projeto coletivo
Embora reconheça a legitimidade dos que desejam ser candidatos a cargos políticos por "aspirações pessoais", o governador fez questão de ressaltar o fato de sua pré-campanha ser fruto de desejo de uma ala do PSDB.
"Esse projeto vem do entendimento de um grupo político, que se mobiliza para construir uma alternativa para o país. E que identificou, na forma como estamos fazendo no Rio Grande do Sul, a possibilidade de eu liderar esse projeto. Mas eu fui buscado por essas lideranças", contou.
Há três meses, mineiros como o presidente do PSDB em Minas, Paulo Abi-Ackel, que é deputado federal, estiveram no Rio Grande do Sul. Eles foram dar apoio presencial a uma eventual participação do governador na corrida eleitoral.
Ao tratar das diferenças com João Doria, explicou que tem estilo diferente de fazer política, mas que respeita as opções do correligionário paulista. Além deles, Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM), busca a indicação do PSDB.
"Meu jeito de fazer política é com a discussão prioritária sobre projeto e agenda. Menos sobre aspiração pessoal ou vaidades. Todo ser humano tem vaidade; políticos têm uma dose a mais de vaidade, porque lidam com sua imagem, sua cara e seu nome em eleições. Mas não pode ser sobre vaidade e projeto pessoal. Temos que reconhecer o ambiente político e ajudar a construir solução", falou.
Dados da direção mineira do PSDB apontam que 650 pessoas, entre filiados e tucanos com mandato, estiveram no evento desta sexta. De BH, Leite parte para agendas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e em Poços de Caldas, no Sul.