As segundas-feiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) costumam ser pouco movimentadas, muito pelo fato de não ter reuniões ordinárias e, por isso, não contar com muitas comissões. Não será esse o caso, que vai contar com um depoimento “dos mais importantes até agora” na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que apura possíveis irregularidades recentes na gestão da empresa estatal.
A opinião é do deputado estadual Professor Cleiton (PSB), vice-presidente da CPI. hoje, Cledorvino Belini, presidente da Cemig entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020, depõe na condição de testemunha.
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Investigado, presidente da Cemig é intimado a depor em CPITransferência de delegado que investigava Cemig entra na mira de CPIAlvo de CPI, Cemig contratou empresa de gestão de crise por R$ 420 milCPI da Cemig mira venda de ativos da estatal e licitaçõesMédico diz que presidente da Câmara de Uberaba quer politizar a pandemiaÀ reportagem do Estado de Minas, Professor Cleiton diz que o centro do depoimento será a saída de Berlini da empresa. Ele foi sucedido por Reynaldo Passanezi Filho, atual presidente, e não teria participado na contratação da Exec, empresa de recrutamento de executivos, para a seleção de um nome para chefiar a empresa, que culminou na nomeação do atual mandatário.
“O centro do depoimento se encontra na oitiva que ele teve com o delegado (Gabriel Ciríaco da Fonseca, que chefiava investigação sobre possíveis irregularidades na Cemig), e a revelação que o delegado disse na última reunião, quarta-feira. Belini saiu insatisfeito pois não participou na contração da Exec, que tem papel fundamental na contratação do atual presidente.
Quem participou da contratação do Reynaldo são pessoas estranhas, como Evandro Negrão de Lima, que, segundo o delegado, faz isso por ordem por ativos do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Cássio (Azevedo), proprietário da AeC, que tem relação próxima com a Cemig”, afirma.
Quem participou da contratação do Reynaldo são pessoas estranhas, como Evandro Negrão de Lima, que, segundo o delegado, faz isso por ordem por ativos do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Cássio (Azevedo), proprietário da AeC, que tem relação próxima com a Cemig”, afirma.
Outros pontos também devem ser citados durante a reunião. Um deles, segundo Professor Cleiton, diz respeito à possível manutenção, ou então aumento, de dívidas da Cemig. “A gente considera que é um dos mais importantes até agora. Porque o Belini inicia a gestão deste governo que nunca escondeu que queria privatizar a empresa e entendo que tem muita coisa a explicar neste sentido.
A Cemig teve aumento do lucro de 2018 a 2021, principalmente por conta da venda de ativos que foram subprecificados, além do aumento de tarifa. Tem uma dúvida nisso, porque não reduziu endividamento, tão dito pelo governo, com esse superávit 2018 a 2021, em vez de recuperar as coligadas ou ampliar investimento preferiu aumentar pagamento de dividendo aos acionistas, mantendo ou até aumentando dívidas”, diz o vice-presidente da CPI.
A Cemig teve aumento do lucro de 2018 a 2021, principalmente por conta da venda de ativos que foram subprecificados, além do aumento de tarifa. Tem uma dúvida nisso, porque não reduziu endividamento, tão dito pelo governo, com esse superávit 2018 a 2021, em vez de recuperar as coligadas ou ampliar investimento preferiu aumentar pagamento de dividendo aos acionistas, mantendo ou até aumentando dívidas”, diz o vice-presidente da CPI.
Mudança de sede e futuro da comissão
A possibilidade de uma mudança da sede da Cemig de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, para São Paulo também será questionada pelos deputados mineiros na audiência com o ex-presidente da estatal.
Um aumento no número de diretorias, de 11 para 15 a partir do início da gestão do governador mineiro Romeu Zema (Novo), em janeiro de 2019, também deve ser abordado, segundo Cleiton. Ainda nesta reunião, os próximos passos da CPI serão definidos. Há expectativa da definição da data do depoimento do atual presidente da Cemig, além de outras oitivas.
Um aumento no número de diretorias, de 11 para 15 a partir do início da gestão do governador mineiro Romeu Zema (Novo), em janeiro de 2019, também deve ser abordado, segundo Cleiton. Ainda nesta reunião, os próximos passos da CPI serão definidos. Há expectativa da definição da data do depoimento do atual presidente da Cemig, além de outras oitivas.