O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse que áudios dele divulgados nesta quinta-feira (21/10), durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), foram tirados de contexto.
A vereadores, o ex-chefe de gabinete do poder Executivo municipal, Alberto Lage, entregou gravações que sugerem que o prefeito teria creditado a empresários de ônibus o pagamento do advogado de Célio Bouzada, ex-presidente da BHTrans, e investigado pelo Legislativo belo-horizontino em outra CPI, que trata, justamente, da gestão da empresa de transportes e trânsito.
A vereadores, o ex-chefe de gabinete do poder Executivo municipal, Alberto Lage, entregou gravações que sugerem que o prefeito teria creditado a empresários de ônibus o pagamento do advogado de Célio Bouzada, ex-presidente da BHTrans, e investigado pelo Legislativo belo-horizontino em outra CPI, que trata, justamente, da gestão da empresa de transportes e trânsito.
“O problema do áudio é que ele é distorcido. Quando ele for transcrito na Justiça, como será, todos vão ver que disse que eu pensava, eu achava, que podia ser — ou podia não ser — que um advogado do nível do doutor Hermes Guerrero poderia estar sendo financiado por alguém. Como está transcrito claramente no áudio, uma conversa particular, com quem eu achava que era de confiança”, disse.
Kalil rebateu as acusações surgidas na Câmara Municipal e pediu “compostura” aos vereadores. Ele chegou a citar a investigação aberta pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) para apurar contratos para a terceirização de funcionários que prestam serviços ao Legislativo. “Não vou me esconder de CPI”, garantiu.
Segundo o prefeito, a informação de que Hermes Guerrero seria advogado de Bouzada chegou a ele por meio de um parlamentar. “Quem me informou que o doutor Hermes era o advogado do ex-presidente Célio Bouzada foi um vereador que me ligou — que também será provado. Basta ver quem ligou para quem”.
Crise exposta
Os áudios de Kalil, mostrados por Alberto Lage, surgiram durante acareação entre o ex-chefe de gabinete e Célio Bouzada. A CPI da COVID os chamou para depor frente a frente por causa do pagamento adiantado de vale-transportes a empresas de transporte público. O presidente da outra comissão de inquérito, a da BHTrans, Gabriel Azevedo (sem partido), também é mencionado na conversa.
Segundo Lage, em um dos áudios, Kalil teria afirmado que Hermes Guerrero é advogado de Bouzada. Em outra gravação, ainda de acordo com Lage, o prefeito teria dito que empresários de ônibus estariam pagando defensores para que o ex-chefe de gabinete fosse acionado na Justiça. Ele afirmou que as gravações foram feitas em 18 de agosto deste ano.
A edição desta quinta-feira do Diário Oficial do Município (DOM) traz a nomeação de Hermes Guerrero para o Conselho de Ética Pública da cidade.
Braço-direito do prefeito desde a campanha eleitoral de 2016, quando Kalil se elegeu pela primeira vez, Alberto Lage deixou a Prefeitura de Belo Horizonte no último mês de agosto.
Neste ano, antes de chefiar o gabinete, chegou a ocupar a secretaria adjunta da pasta de Governo, comandada por Adalclever. Ele, no entanto, pediu exoneração do posto em maio – retornando ao poder Executivo semanas depois, mas inserido na estrutura da equipe que responde diretamente a Kalil.