O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, expediu uma ordem de prisão e extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre. A decisão foi tomada no dia 5, a pedido da Polícia Federal. As autoridades competentes foram oficiadas para extraditar o militante de extrema direita, que hoje está e nos Estados Unidos.
De acordo com a decisão, o nome do blogueiro bolsonarista deve ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol). Allan dos Santos é alvo de dois inquéritos no Supremo: o das fake news e das milícias digitais, ambos investigam a existência de um grupo organizado com o objetivo de atacar as instituições democráticas e disseminar desinformação nas redes sociais.
No dia 8 de outubro, a PF encaminhou ao Supremo a íntegra das investigações no âmbito do inquérito das milícias digitais. Constam nos documentos ações criminosas de Allan dos Santos como a tentativa de influenciar o presidente Jair Bolsonaro e os parlamentares da base aliada a darem um golpe de Estado durante as manifestações antidemocráticas realizadas entre abril e maio de 2020.
Repercussão
A decisão repercutiu imediatamente entre os parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro, que usaram as redes sociais para comentar o caso. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, destacou o fato de Allan ter sido o primeiro indiciado pelo relatório da comissão a ser preso.
Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes compartilhou parte do conteúdo do inquérito das fake news com os parlamentares que integram o 'G7' da CPI - grupo majoritário formado por senadores independentes e de oposição. O material foi utilizado pelo relator Calheiros e sustentou um dos capítulos do relatório que se dedica exclusivamente a apontar crimes envolvendo a disseminação de notícias falsas no contexto da pandemia.
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