Integrantes do Partido Social Democrático (PSD) têm traçado paralelos entre o senador Rodrigo Pacheco e o ex-presidente Juscelino Kubitschek. De saída do DEM, o presidente do Congresso Nacional vai se filiar ao novo partido na quarta-feira (27/10), em evento no memorial construído em homenagem a JK, em Brasília (DF). A escolha do local é carregada de muito simbolismo.
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Senado Rodrigo Pacheco oficializa saída do DEM para se filiar ao PSDGuedes sobre Bolsonaro: 'Eu acho que o presidente me apoia'Guedes promete: 'O Brasil vai crescer bem mais no ano que vem''Quero contribuir para o país recuperar sua autoestima', diz Pacheco no PSDPacheco, ao se filiar ao PSD: 'Não podemos tolerar que o povo passe fome'Kalil festeja ida de Pacheco ao PSD: 'Seria grande nome para a presidência'Mandetta sobre Bolsonaro: 'Cuidando da economia como cuidou da saúde'Moro deve se filiar ao Podemos no dia 11 de novembro"A chegada do senador Rodrigo Pacheco ao PSD, político jovem, que tem muitas das características do saudoso Juscelino Kubitschek, como a serenidade, o equilíbrio, o gosto pelo diálogo, nos enche de esperança", diz ele, ao Estado de Minas.
Incorporar Pacheco aos quadros pessedistas era desejo do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab. O parlamentar teve tempo considerável para analisar a oferta. A segunda parte da ideia do ex-prefeito de São Paulo consiste em lançar Pacheco ao Palácio do Planalto.
Em julho, Kassab disse ao EM que o presidente do Senado é a única alternativa da agremiação para a corrida presidencial.
"Só há o Rodrigo Pacheco. É o nosso plano A, plano B e plano C. Sou muito intuitivo. Não trabalho com esse cenário (recusa de Pacheco em disputar o Planalto). Acho que o Rodrigo vai aceitar, sim, e será o nosso candidato", avaliou.
Há um mês, Pacheco enalteceu JK
Em setembro, Rodrigo Pacheco esteve no Memorial JK para celebrar os 40 anos do espaço e o 119° aniversário do ex-presidente.
"Juscelino Kubitschek colocou o Brasil acima de qualquer sentimento pessoal e pôde, assim, liderar um projeto de otimismo e confiança no coração dos brasileiros. Um verdadeiro projeto de país", pontuou, à época.
Pacheco, que elogiou a natureza conciliadora de JK, tem traços similares, na visão de Alexandre Silveira. Para o dirigente, ele é esperança para a redução das desigualdades.
"O jurista Afonso Arinos, certa vez, definiu o presidente Juscelino Kubitschek como o maior estadista que o Brasil já teve: o Poeta da Ação. Eu diria que Rodrigo Pacheco pode ser definido como o poeta da conciliação, do equilíbrio, da convergência, do diálogo. É disso que o Brasil está precisando", avalia.
No PSD, Gilberto Kassab deseja que Pacheco seja uma espécie de terceira via eleitoral, para se contrapor à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
PSD terá todos os senadores mineiros
Dos 12 pessedistas no Senado Federal, 25% foram eleitos pelos cidadãos mineiros. Pacheco vai se juntar a Antonio Anastasia e Carlos Viana, que já integram a legenda. Na Câmara dos Deputados, há três parlamentares pessedistas representando o estado: Diego Andrade, Stefano Aguiar e Misael Varella.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o partido tem bancada robusta, com sete deputados estaduais: Cássio Soares, Doutor Wilson Batista, Duarte Bechir, Gil Pereira, Leandro Genaro, Osvaldo Lopes e Rafael Martins.
O DEM, antiga casa de Pacheco, vai se fundir ao PSL para formar a União Brasil. Parlamentares da nova coalizão eram favoráveis a dar ao presidente do Senado o comando do diretório da sigla em Minas. Ele comandava a comissão provisória Democrata no estado.