A avaliação é que JK e Pacheco têm características políticas semelhantes. A carreira pública de ambos foi feita em Minas Gerais. Pesa a favor, ainda, o fato de o ex-presidente da República ter sido filiado ao antigo PSD, extinto pela ditadura militar. Um dos interlocutores que traça o paralelo entre ambos é Alexandre Silveira, presidente do partido em solo mineiro.
"A chegada do senador Rodrigo Pacheco ao PSD, político jovem, que tem muitas das características do saudoso Juscelino Kubitschek, como a serenidade, o equilíbrio, o gosto pelo diálogo, nos enche de esperança", diz ele, ao Estado de Minas .
Incorporar Pacheco aos quadros pessedistas era desejo do presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab. O parlamentar teve tempo considerável para analisar a oferta. A segunda parte da ideia do ex-prefeito de São Paulo consiste em lançar Pacheco ao Palácio do Planalto.
Em julho, Kassab disse ao EM que o presidente do Senado é a única alternativa da agremiação para a corrida presidencial .
"Só há o Rodrigo Pacheco. É o nosso plano A, plano B e plano C. Sou muito intuitivo. Não trabalho com esse cenário (recusa de Pacheco em disputar o Planalto). Acho que o Rodrigo vai aceitar, sim, e será o nosso candidato", avaliou.
Há um mês, Pacheco enalteceu JK
Em setembro, Rodrigo Pacheco esteve no Memorial JK para celebrar os 40 anos do espaço e o 119° aniversário do ex-presidente.
"Juscelino Kubitschek colocou o Brasil acima de qualquer sentimento pessoal e pôde, assim, liderar um projeto de otimismo e confiança no coração dos brasileiros. Um verdadeiro projeto de país", pontuou, à época.
Pacheco, que elogiou a natureza conciliadora de JK, tem traços similares, na visão de Alexandre Silveira. Para o dirigente, ele é esperança para a redução das desigualdades.
"O jurista Afonso Arinos, certa vez, definiu o presidente Juscelino Kubitschek como o maior estadista que o Brasil já teve: o Poeta da Ação. Eu diria que Rodrigo Pacheco pode ser definido como o poeta da conciliação, do equilíbrio, da convergência, do diálogo. É disso que o Brasil está precisando", avalia.
No PSD, Gilberto Kassab deseja que Pacheco seja uma espécie de terceira via eleitoral, para se contrapor à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
PSD terá todos os senadores mineiros
Dos 12 pessedistas no Senado Federal, 25% foram eleitos pelos cidadãos mineiros. Pacheco vai se juntar a Antonio Anastasia e Carlos Viana, que já integram a legenda. Na Câmara dos Deputados, há três parlamentares pessedistas representando o estado: Diego Andrade, Stefano Aguiar e Misael Varella.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o partido tem bancada robusta, com sete deputados estaduais: Cássio Soares, Doutor Wilson Batista, Duarte Bechir, Gil Pereira, Leandro Genaro, Osvaldo Lopes e Rafael Martins.
O DEM, antiga casa de Pacheco, vai se fundir ao PSL para formar a União Brasil. Parlamentares da nova coalizão eram favoráveis a dar ao presidente do Senado o comando do diretório da sigla em Minas . Ele comandava a comissão provisória Democrata no estado.