O ex-juiz Sergio Moro pretende contar, em um livro, os bastidores de sua saída do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Apontado como possível candidato à presidência da República em 2022, ele promete contar, na obra, o que o levou a abandonar a magistratura para compor o poder Executivo federal.
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Terceira via ainda sem força contra a polarização na disputa presidencialEmpresas de ex-mulher de Bolsonaro devem à UniãoFrase de apoio a Ciro Gomes é projetada em prédios de Belo HorizonteEduardo Cunha ironiza candidatura de Sérgio Moro em 2022: 'torço muito'Allan dos Santos passa a ser procurado pela InterpolWagner Moura sobre Bolsonaro: 'Conectado ao esgoto da história'Famoso por causa da operação Lava-Jato, o ex-juiz foi convidado por Bolsonaro para ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em abril do ano passado, porém, deixou o posto. Ao sair, Moro relatou tentativas de pressão política sobre a pasta. Segundo ele, houve tentativa de interferência para mudar o comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Em 2018, por causa da Lava-Jato, foi preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial. No ano seguinte, o petista foi solto. Neste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as medidas de Moro durante o caso do triplex do Guarujá (SP). Em março, ao decidir sobre uma ação movida pela defesa de Lula, a Segunda Turma, por 3 votos a 2, considerou Moro suspeito para julgar o caso. Três meses depois, a decisão foi ratificada pela Suprema Corte.
Desde o início do processo judicial, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que o petista sofria perseguição do juiz Sergio Moro e dos procuradores da Operação Lava-Jato, em Curitiba. Gravações de conversas entre o magistrado e procuradores hackeadas apontaram supostas evidências de que Moro orientava as investigações do Ministério Público.
Em 14 de setembro de 2016, o Ministério Público Federal denunciou Lula e mais sete pessoas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Em 20 de setembro de 2016, o então juiz Moro aceitou a denúncia e Lula se tornou réu na Operação Lava-Jato. Os bastidores da investigação também devem constar no livro.
Partido de Álvaro Dias deve ser o destino
O Podemos deve ser o destino político de Moro. A filiação pode ocorrer já em novembro. A ideia da legenda é lançá-lo como alternativa a Bolsonaro e Lula. O posto de "terceira via" é reivindicado, ainda, por legendas como PSD, PDT, PSDB e União Brasil.
Se ingressar nos quadros do Podemos, Moro terá como companheiro de legenda o senador paranaense Álvaro Dias, ferrenho defensor da Lava-Jato. Anteriormente chamado de Partido Trabalhista Nacional (PTN), a última tentativa do Podemos de chegar ao Planalto foi em 2018, justamente com Dias. Ele terminou na nona colocação, sequer atingindo 1% dos votos.