O senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou, nesta terça-feira (26/10), no último dia da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, que o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) é "uma grande fake news processual".
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'Um excesso', diz Pacheco sobre indiciamento de Heinze pela CPISalão acusado de transfobia contra Duda Salabert pede desculpasSaúde: governo de MG acerta quitação de dívida de R$ 7 bi com municípioscpiCOVIDAlessandro Vieira: 'Na distopia bolsonarista, o mundo inteiro está errado'Renan sugere projeto de lei para regulamentar crime de genocídioA declaração foi feita durante leitura do parecer do senador. De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem qualquer responsabilidade por fazer apologia ao KIT-COVID. Para ele, a culpa é também dos governadores que também ministraram os fármacos nas redes estaduais.
Rogério vai apresentar um relatório em paralelo ao do senador Renan Calheiros. “Para quem tem apego à verdade e quer tomar conhecimento de todos os fatos ignorados por Renan Calheiros, recomendo a leitura do meu parecer”, disse nas redes sociais.
Durante discurso, o senador governista também sugeriu que o Centro de Contingência criado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seja comparado ao chamado 'Gabinete Paralelo', utilizado pelo governo Bolsonaro.
O dia da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, vota nesta terça-feira (26/10) o relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O texto de mais de mil páginas - apresentado na última quarta-feira (20/10) - é fruto de um trabalho de seis meses e pede indiciamento de 81 pessoas, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), além de outros políticos, empresários, gestores e médicos.
Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado por nove crimes, o que gerou críticas por parte de alguns senadores. Outros, como Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apesar de discordarem em alguns pontos, são favoráveis à aprovação do texto do relator Calheiros.
O relatório deve ter algumas mudanças em relação à versão apresentada na última semana. Uma delas diz respeito a uma fala de Bolsonaro, na quinta-feira (21/10) passada, associando a vacinação contra o coronavírus e a Aids.
Caso aprovado, o relatório segue como denúncia a órgãos competentes, como Ministério Público Federal (MPF) e, no caso do presidente, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles serão responsáveis por seguir com as apurações e confirmar o indiciamento ou arquivar os casos.
A CPI da COVID, instalada em abril deste ano pelo Senado, apurou omissões do governo federal durante o período da pandemia de COVID-19 e repasse de verbas a estados no mesmo tempo. Os senadores da base de governo afirmam que governadores e outros gestores públicos saíram ilesos, tese refutada pelo relator.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Leia também: Entenda como funciona uma CPI
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.