O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou durante leitura do parecer sobre o relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19 que o bolsonarismo vai na contramão dos governos em todo o mundo.
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Marcos Rogério sobre relatório da CPI: 'Grande fake news processual'cpiCOVID'Um excesso', diz Pacheco sobre indiciamento de Heinze pela CPIAziz para Aras: 'Não tem como fechar os olhos e engavetar o relatório'Flávio Bolsonaro: ''Senadores subiram nos caixões para fazer campanha''Vieira: 'Não é normal um presidente não defender a vida de seus cidadãos' Renan sugere projeto de lei para regulamentar crime de genocídio“É evidente que o presidente não criou o vírus, mas é evidente também que o presidente se esforçou para acelerar a propagação do vírus. O presidente, de forma ensaiada, organizada e preparada, fez com que os brasileiros se protegessem menos e acreditassem na fantasia de remédios milagrosos. Ele foi de encontro ao que o mundo fazia. Na distopia bolsonarista, no devaneio bolsonarista, o mundo inteiro está equivocado", disse.
De acordo com Alessandro, para Bolsonaro, todos os governantes do mundo “deixaram morrer seus compatriotas” e deixaram “enfraquecer suas economias” por “não aceitarem remédios milagrosos”.
Para Vieira, enquanto no Brasil se retardavam a compra de vacinas por pretos ideológicos, ao redor do mundo havia uma corrida de vacinas. “Isso tudo já foi mais que comprovado”, pontuou.
Ainda de acordo com Alessandro, “não é normal” um presidente ir contra a ciência e contra a população. “Não é normal agredir prefeitos, deputados, senadores. A democracia precisa reagir”, disse.
O dia da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, vota nesta terça-feira (26/10) o relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O texto de mais de mil páginas - apresentado na última quarta-feira (20/10) - é fruto de um trabalho de seis meses e pede indiciamento de 81 pessoas, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), além de outros políticos, empresários, gestores e médicos.
Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado por nove crimes, o que gerou críticas por parte de alguns senadores. Outros, como Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apesar de discordarem em alguns pontos, são favoráveis à aprovação do texto do relator Calheiros.
O relatório deve ter algumas mudanças em relação à versão apresentada na última semana. Uma delas diz respeito a uma fala de Bolsonaro, na quinta-feira (21/10) passada, associando vacinação contra o coronavírus com a AIDS.
Caso aprovado, o relatório segue como denúncia a órgãos competentes, como Ministério Público Federal (MPF) e, no caso do presidente, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles serão responsáveis por seguir com as apurações e confirmar o indiciamento ou arquivar os casos.
A CPI da COVID, instalada em abril deste ano pelo Senado, apurou omissões do governo federal durante o período da pandemia de COVID-19 e repasse de verbas a estados no mesmo tempo. Os senadores da base de governo afirmam que governadores e outros gestores públicos saíram ilesos, tese refutada pelo relator.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
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O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.