A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) caminha para instituir a Procuradoria da Mulher, a fim de atuar contra discriminações e violências. A oficialização da Bancada Feminina, formada pelas nove deputadas estaduais com mandato, também está nos planos. Nesta terça-feira (26/10), os parlamentares aprovaram, em primeiro turno, o Projeto de Resolução (PRE) que cria os dois mecanismos. Falta, agora, o aval definitivo.
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"A procuradoria vai receber denúncias, fazer análises e encaminhar aos órgãos competentes. Ela tem uma funcionalidade prática, de 'tête-à-tête' com a população. Não vai ficar só no campo da elaboração dos projetos de lei e do debate. Vai ser uma forma de atuar articuladamente com outros órgãos e a rede de apoio", diz ela, ao Estado de Minas.
As pautas femininas também devem ganhar mais visibilidade. A meta é tornar a Procuradoria da Assembleia uma espécie de "espelho", para que as Câmaras Municipais interior afora deem forma aos seus próprios órgãos.
Deputadas com mais espaço na tribuna
A Bancada Feminina, se concretizada, vai juntar em coalizão única todas as deputadas, ainda que tenham convicções ideológicas distintas. A líder do grupo terá todas as prerrogativas destinadas aos líderes partidários e dos blocos parlamentares quanto ao uso da palavra. Assim, durante a discussão de projetos de lei, por exemplo, haverá mais tempo para que o tema em debate seja abordado sob a perspectiva do impacto às mulheres.
Para explicar a importância da coalizão feminina, Ana Paula Siqueira recorre a um exemplo nacional. "A gente viu isso na CPI da COVID em Brasília. Sabemos o quão importante é as mulheres terem voz sobre as políticas que estão sendo tratadas".
No Senado Federal, após muita insistência, houve acordo para que congressistas da bancada feminina estivessem na lista dos primeiros 19 a falar nas sessões da comissão de inquérito.
"É muito importante para a gente ter condições de fazer os debates. Estão postos aqui vários projetos com interfaces objetivas à política de valorização, reconhecimento, empoderamento e autonomia das mulheres", observa a deputada estadual da Rede.
Atualmente, além da Ana Paula, exercem mandato na Assembleia as seguintes deputadas: Andréia de Jesus (Psol), Beatriz Cerqueira (PT), Celise Laviola (MDB), Delegada Sheila (PSL), Ione Pinheiro (DEM), Laura Serrano (Novo), Leninha (PT) e Rosângela Reis (Podemos).
Além delas, havia a petista Marília Campos, que renunciou para assumir a Prefeitura de Contagem. Ela foi substituída por Bernardo Mucida, do PSB.
Se a criação da Bancada Feminina da Assembleia for aprovada em segundo turno, o ajuntamento precisará definir uma líder e duas vice-líderes. As indicações ocorrerão anualmente.