O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho “01” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID está mais acostumado a ser investigado do que a investigar.
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Flávio Bolsonaro: 'Dilma foi mais nociva do que a COVID'Flávio Bolsonaro: ''Senadores subiram nos caixões para fazer campanha''Vieira: 'Não é normal um presidente não defender a vida de seus cidadãos' cpiCOVIDFlávio Bolsonaro sobre indiciamento pela CPI: 'Não fiz nada'“O senador Renan Calheiros não sabe investigar. Até porque ele está mais acostumado em ser investigado, não a investigar”, disse o senador.
Para Flávio, Renan usa a comissão como “palanque eleitoreiro” e esquece de investigar os verdadeiros culpados.
De acordo com o suplente da CPI, o relatório de Renan é completamente político, “sem base nenhuma”. “Percebo um tom de vingança do senador Renan Calheiros em função de eu ter chamado ele de vagabundo”, disse.
Ainda segundo o senador, a população brasileira assistiu à CPI e vai julgar as acusações dos senadores. Para ele, ninguém “vai sair ileso”.
O dia da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado, vota nesta terça-feira (26/10) o relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O texto de mais de mil páginas - apresentado na última quarta-feira (20/10) - é fruto de um trabalho de seis meses e pede indiciamento de 81 pessoas, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), além de outros políticos, empresários, gestores e médicos.
Bolsonaro, por exemplo, foi indiciado por nove crimes, o que gerou críticas por parte de alguns senadores. Outros, como Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apesar de discordarem em alguns pontos, são favoráveis à aprovação do texto do relator Calheiros.
O relatório deve ter algumas mudanças em relação à versão apresentada na última semana. Uma delas diz respeito a uma fala de Bolsonaro, na quinta-feira (21/10) passada, associando vacinação contra o coronavírus com a Aids.
Caso aprovado, o relatório segue como denúncia a órgãos competentes, como Ministério Público Federal (MPF) e, no caso do presidente, à Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles serão responsáveis por seguir com as apurações e confirmar o indiciamento ou arquivar os casos.
A CPI da COVID, instalada em abril deste ano pelo Senado, apurou omissões do governo federal durante o período da pandemia de COVID-19 e repasse de verbas a estados no mesmo tempo. Os senadores da base de governo afirmam que governadores e outros gestores públicos saíram ilesos, tese refutada pelo relator.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
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O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.