O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 26, que André Mendonça "sabe das dificuldades" de ser aprovado pelo Senado para assumir a cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). No momento, a indicação está travada nas mãos do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
No evento de comemoração dos 106 anos de fundação da Assembleia de Deus em Boa Vista, Roraima, Bolsonaro voltou a elogiar Mendonça e a destacar o fato do ex-ministro da Justiça ser evangélico.
Leia Mais
'Despreparado, desonesto, autoritário': discursos de Renan, Aziz e RandolfeMorte de coronel encerra processo da Operação Condor contra brasileiros na ItáliaPor 7 votos a 4, CPI aprova relatório final com pedido indiciamento de BolsonaroMendonça no Senado: 'Na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição'Alcolumbre anuncia sabatina de André Mendonça para semana que vemCPI da COVID aprova relatório; o que acontece agora?Alcolumbre segura a indicação do Palácio do Planalto para a Suprema Corte há mais de cem dias e ainda não definiu uma data para a sabatina. No bastidor, o parlamentar sinaliza que vai marcar a sessão na CCJ apenas quando tiver certeza da derrota de Mendonça.
Durante o discurso ao público evangélico, Bolsonaro ainda citou um projeto de lei aprovado em Santa Catarina, agora contestado no Supremo, que obriga as bibliotecas públicas a ter um exemplar da Bíblia.
De acordo com o presidente, se Mendonça fosse ministro da Corte, poderia pedir vista e "sentar em cima" do processo - e, assim, manter a obrigatoriedade do livro. "Queremos levar a paz lá para dentro do STF, o equilíbrio. Essas pautas sobre conservadorismo estão o tempo todo naquela casa", disse o presidente.
Mais uma vez, o chefe do Executivo lembrou que o presidente eleito no ano que vem poderá indicar dois ministros ao Supremo em 2023. "A renovação é salutar. Imaginem se aquela outra pessoa se eleger, qual o perfil das pessoas que ele vai indicar?", afirmou, sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eleições de 2018.
Bolsonaro também fez um retrospecto sobre sua caminhada política desde a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, quando teria decidido ser candidato à presidência da República. "Magno Malta esteve comigo sempre. Seria o meu vice. Foi decisão dele não sê-lo", disse o presidente.
O ex-senador Magno Malta acabou disputando a reeleição e foi derrotado. Depois, nutriu expectativa de que seria nomeado ministro, mas foi preterido por Bolsonaro.