Jornal Estado de Minas

BOLSA FAMÍLIA

Bolsonaro diz que quem recebe Bolsa Família 'não sabe fazer quase nada'

Em entrevista ao apresentador da Rede TV Sikêra Jr., na noite desta quarta-feira (27/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o PT e o Programa Bolsa Família - criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal oponente do atual mandatário ao posto, nas eleições de 2022, conforme as pesquisas eleitorais.



Questionado sobre o programa, Bolsonaro disparou: "Não tem como tirar o Bolsa Família do pessoal, como alguns querem. São 17 milhões de pessoas que não têm como ir mais para o mercado de trabalho. Com todo o respeito, não sabem fazer quase nada. O que a juventude aprendeu com quase 14 anos de PT, tendo o ministro (Fernando) Haddad lá na educação?"

Lixo

Bolsonaro também comentou uma imagem que circulou na internet, de pessoas catando restos de ossos para se alimentar, e afirmou que é criticado por querer aumentar o Bolsa Família, que mudará de nome para Renda Brasil, com previsão de conceder R$ 400 mensais até dezembro de 2022.

"Você viu há poucos dias aí a fotografia de um pessoal pegando osso em um caminhão. Bateram em mim: 'Olha o povo com fome'. Daí eu falo que vou dobrar o Bolsa Família - que está em R$ 192, em média, para R$ 400 - (e dizem) 'olha, ele é irresponsável", afirmou o presidente, para em seguida completar: "Se eu fico quieto, estou matando o povo. Se quero aumentar - que tem como aumentar, dependo de o parlamento votar a questão do tal dos precatórios, que já passou em comissão especial da Câmara, sou irresponsável".

PEC dos Precatórios

Bolsonaro também respondeu à pergunta sobre a PEC que tramita no Congresso sobre pagamento dos precatórios - dívidas da União com terceiros e com ordem judicial para pagamento.

"Acho que na Câmara não vamos ter problemas, não sei no senado - a gente dá um paliativo" , comentou o presidente. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios deve ser votada ainda nesta quinta-feria (28/10), depois de seu adiamento na noite de terça-feira (26/10), pela segunda vez.



A proposta, que pode viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil - conhecido como o novo Bolsa Família -, precisa de 308 votos para passar na Câmara, em dois turnos. Na terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tinha desistido de levar a PEC à votação por não ter garantias de aprovação. Bolsonaro ainda voltou a criticar as medidas de isolamento social contra a disseminação do novo coronavírus realizada pelos estados.

Para o presidente, as ações 'tiraram o direito de trabalhar' e de 'ir e vir', e hoje a população está 'pagando o preço'. "Esse pessoal (que decretou medidas de isolamento) levou a miséria ao nosso povo. Estamos pagando um preço caro agora. 'A Economia a gente vê depois'. E tem gente que critica a mim. Pera aí, eu não fechei um botequim sequer", declarou, sem comentar as mais de 606.726 mortes pela doença no território nacional.

audima