Em entrevista ao apresentador da Rede TV Sikêra Jr., na noite desta quarta-feira (27/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o PT e o Programa Bolsa Família - criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal oponente do atual mandatário ao posto, nas eleições de 2022, conforme as pesquisas eleitorais.
Leia Mais
Após 18 anos, 69% acham a saída do Bolsa FamíliaGoverno pede mais tempo para analisar corte no Bolsa Família para NordesteGoverno Bolsonaro quer reforma do IR para substituir Bolsa-FamíliaGoverno encerra Bolsa Família após 18 anos de atuaçãoBolsonaro viaja à Itália para reunião do G20 e título de cidadão honorárioEduardo Bolsonaro posta na Gettr trecho de live do presidente removidaMoraes e o gabinete do ódio: 'Grupo treinado pela extrema direita fascista'Lixo
Bolsonaro também comentou uma imagem que circulou na internet, de pessoas catando restos de ossos para se alimentar, e afirmou que é criticado por querer aumentar o Bolsa Família, que mudará de nome para Renda Brasil, com previsão de conceder R$ 400 mensais até dezembro de 2022."Você viu há poucos dias aí a fotografia de um pessoal pegando osso em um caminhão. Bateram em mim: 'Olha o povo com fome'. Daí eu falo que vou dobrar o Bolsa Família - que está em R$ 192, em média, para R$ 400 - (e dizem) 'olha, ele é irresponsável", afirmou o presidente, para em seguida completar: "Se eu fico quieto, estou matando o povo. Se quero aumentar - que tem como aumentar, dependo de o parlamento votar a questão do tal dos precatórios, que já passou em comissão especial da Câmara, sou irresponsável".
PEC dos Precatórios
Bolsonaro também respondeu à pergunta sobre a PEC que tramita no Congresso sobre pagamento dos precatórios - dívidas da União com terceiros e com ordem judicial para pagamento."Acho que na Câmara não vamos ter problemas, não sei no senado - a gente dá um paliativo" , comentou o presidente. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios deve ser votada ainda nesta quinta-feria (28/10), depois de seu adiamento na noite de terça-feira (26/10), pela segunda vez.
A proposta, que pode viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil - conhecido como o novo Bolsa Família -, precisa de 308 votos para passar na Câmara, em dois turnos. Na terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tinha desistido de levar a PEC à votação por não ter garantias de aprovação. Bolsonaro ainda voltou a criticar as medidas de isolamento social contra a disseminação do novo coronavírus realizada pelos estados.
Para o presidente, as ações 'tiraram o direito de trabalhar' e de 'ir e vir', e hoje a população está 'pagando o preço'. "Esse pessoal (que decretou medidas de isolamento) levou a miséria ao nosso povo. Estamos pagando um preço caro agora. 'A Economia a gente vê depois'. E tem gente que critica a mim. Pera aí, eu não fechei um botequim sequer", declarou, sem comentar as mais de 606.726 mortes pela doença no território nacional.