Testemunha da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, o servidor Luis Ricardo Miranda deixou o Brasil na noite desta quinta-feira, 28. Ele ingressou no programa de proteção a testemunhas da Polícia Federal porque, segundo o deputado Luis Miranda, seu irmão, vinha recebendo ameaças de morte. O parlamentar disse, ainda, que Luis Ricardo foi exonerado do cargo de chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde após prestar depoimento à CPI da Covid, em junho.
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Os depoimentos prestados pela dupla serviram para revelar informações importantes sobre a empresa Precisa Medicamentos, que intermediava a compra da Covaxin. O contrato exigia US$ 45 milhões de pagamento antecipado em uma offshore, a Madison Biotech, e depois se descobriu que a quantidade de doses do imunizante era menor do que vinha sendo cobrado. Após as revelações de Luis Ricardo e de seu irmão, o contrato foi cancelado pelo Ministério da Saúde.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se houve prevaricação de Bolsonaro, ou seja, se ele deixou de tomar as providências para esclarecer as suspeitas após ser informado sobre o esquema. O caso Covaxin também é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Responsável pelo programa de proteção a testemunhas, a Polícia Federal não comentou o caso, sob o argumento de que as informações sobre segurança dada aos colaboradores são sigilosas. O Estadão apurou que Luis Ricardo embarcou com a família para Portugal.