O presidente
Jair Bolsonaro
(sem partido) afirmou ao diretor-geral da
Organização Mundial da Saúde (OMS),
Tedros Adhanom, que é o único
"chefe de Estado acusado de genocida"
. A declaração ocorreu neste domingo (31/10) à margem da Cúpula do G-20, em Roma, na Itália.
"Sou o único chefe de Estado do mundo investigado e acusado de genocida. É a política", disse o presidente brasileiro durante reunião com o diretor-geral da OMS.
O ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga
, que também participou do encontro, afirmou aos risos: "Eu também. Vou com ele pra Haia, passear lá em Haia", completou.
Bolsonaro continuou: "Alguns queriam que eu comprasse 200 milhões de doses em 2020, não tinha vacina", destacou o presidente.
Em outro trecho do vídeo, o chefe do executivo brasileiro perguntou para Tedros sobre a "origem do vírus".
"Eu tenho uma pergunta para você. Qual é a origem do vírus?", disse Bolsonaro. Tedros, então, responde: "Ainda estamos estudando".
- No G-20, uma conversa com o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanon.
%u2014 Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 31, 2021
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O
vídeo
da reunião com o diretor-geral da OMS foi
compartilhado
pelo presidente na
redes sociais.
Pelo Twitter, o Palácio do Planalto informou que a reunião aconteceu "à margem da cúpula de líderes do G20" e que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, também participou da reunião. Não foram divulgados outros detalhes.
"Agora há pouco, por ocasião do G20, eu tive um encontro com o senhor Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. Veja o que ele fala sobre origem do vírus, a vacinação em crianças e adolescentes, passaporte sanitário e medidas restritivas como lockdown", diz Bolsonaro em vídeo compartilhado no Facebook. Durante a conversa, Bolsonaro falou que medidas restritivas desequilibraram a economia.
Em seu perfil no Twitter, Tedros Adhanom Ghebreyesus também comentou o encontro e afirmou que foi reiterado o compromisso de apoiar medidas relacionadas à COVID-19. Durante a reunião, segundo ele, foi discutido o potencial do Brasil para a produção local de vacinas contra a doença, o que pode também atender às necessidades da América Latina e do mundo.
A participação do presidente Jair Bolsonaro tem sido marcada por poucos encontros com outros chefes de Estado. Isolado, o presidente não participou do passeio de líderes do G20 neste domingo. Foi divulgada uma foto dos representantes de outros países jogando moedas na Fontana de Trevi, tradicional ponto turístico na capital italiana.
Apoiadores
O presidente também compartilhou nas redes sociais vídeos em que cumprimenta apoiadores em Roma. Bolsonaro aparece acenando pela janela e, logo em seguida, vai ao encontro do grupo, que gritava palavras de apoio ao presidente. "Agradeço imensamente a todos pela consideração", escreveu o presidente na publicação.
Bolsonaro embarcou para a capital italiana na última quinta-feira, 28. Na agenda oficial, divulgada pelo Palácio do Planalto, está prevista a participação do presidente em sessões sobre mudanças climáticas, meio ambiente e desenvolvimento sustentável neste domingo.
A previsão é que o presidente vá amanhã, 1º de novembro, para a cidade Anguillara Veneta receber um título de cidadão local. O projeto para homenagear o presidente é de autoria da prefeita Alessandra Buoso, da Liga - partido de extrema-direita.
A decisão desagradou a políticos italianos, religiosos católicos e brasileiro que vivem na Itália. Na sexta, ativistas jogaram esterco e fizeram pichação na sede da prefeitura. O protesto foi organizado pelos ambientalistas do "Rise Up 4 Climate Justice". (Com AFP)