Com a filiação ao Podemos marcada para o próximo dia 10, o ex-juiz Sergio Moro também agrada uma parcela dos militares. O general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria do Governo, aprova a projeção política do ex-colega do governo. "O doutor Sérgio Moro representa uma opção de equilíbrio, né? De pessoa honesta, de pessoa séria, de que ele foi o grande símbolo no Brasil e de que é possível o Brasil vencer a corrupção. Então, eu o vejo como uma grande opção", comentou.
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'Três partidos me querem. São três namoradas', diz BolsonaroCPI reforça no STF pedido de suspensão de redes de BolsonaroBancada do Podemos solicita afastamento de Alcolumbre da presidência da CCJPotencial de votos de Moro está na casa dos 30%, avaliam especialistasMoro confirma que vai se filiar ao Podemos; mas não assume candidaturaBolsonaro, na Itália: 'Mais importante que a vida, é a nossa liberdade''Bolsonaro vem fazer campanha. Meu pai vai se revirar na tumba', diz filho de pracinha enterrado na ItáliaMas, assim como ocorre entre os bolsonaristas civis, há militares que veem com ressentimento os planos de Moro. Um oficial de alta patente das Forças Armadas ouvido pelo Correio, afirma que Moro, de fato, simboliza o combate à corrupção. Contudo, a "traição" a Bolsonaro é motivo de desconfiança. "Se ele não estava compactuando com certas coisas, poderia sair à francesa. Mas não foi o que ele fez. Uma coisa que os militares levam a sério é a hierarquia, e quebrar a hierarquia é grave", afirma o militar.
Apesar dessas ressalvas, o perfil de Moro parece agradar a ala militar, segundo especialistas ouvidos pela reportagem. Para o cientista político André César, sócio da Hold Assessoria, a figura do ex-ministro encontra respaldo nos quartéis. "Para os militares, além da hierarquia, a honestidade é uma questão importante. E o Moro é o retrato disso por conta da Lava-Jato", avalia. "Dependendo do partido que escolher, pode arrematar esses votos. Moro é hoje o candidato mais próximo dos fardados", conclui.
Para outra fonte militar na Esplanada dos Ministérios, a intolerância à corrupção é uma questão mais relevante do que o eventual apoio ao ex-ministro em 2022. "Os militares não estão ideologicamente alinhados com ninguém. O que a gente não quer é a corrupção generalizada, como eu mesmo vi aqui nessa Esplanada. O que a alta patente não quer é que a máquina pública seja assaltada como foi no passado. O problema do Bolsonaro é que ele é intempestivo, mas é um cara que tenta fazer da melhor maneira possível", afirma.
"Mesmo que a figura esteja desgastada, se não houver ninguém mais para concorrer com o PT, muito provavelmente os militares se alinharão novamente com o atual presidente. Contudo, serão manifestações mais comedidas", prevê.
"Mesmo que a figura esteja desgastada, se não houver ninguém mais para concorrer com o PT, muito provavelmente os militares se alinharão novamente com o atual presidente. Contudo, serão manifestações mais comedidas", prevê.