Os deputados estaduais que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) querem tomar o depoimento de sete diretores da AeC, empresa de call center que presta serviços à companhia de luz. As convocações foram aprovadas pelos parlamentares nesta quarta-feira (3/11).
Foram chamados Ricardo Falci Souza, Gustavo Antônio Wanderley Teixeira, João Luiz Noronha, Celso Mateus Raphael Ramiro, Raphael Ribeiro Dualibi, Luciano Rodrigues da Silva e Gustavo Cavalcanti Morais. Eles vão depor na condição de testemunhas.
A AeC está nos meandros da apuração de contrato de R$ 1,1 bilhão fechado junto à IBM, multinacional de tecnologia. O pacto bilionário contempla funções como o controle do call center que presta suporte aos consumidores. O convênio foi oficializado pouco tempo após a estatal romper acordo com a Audac, que havia vencido concorrência para controlar o atendimento telefônico.
A IBM repassou essa tarefa à AeC, que havia participado - e perdido - do pregão vencido pela Audac. A AeC é de propriedade de Cássio Azevedo, ex-componente do secretariado do governador Romeu Zema (Novo), e morto neste ano, por causa de um câncer.
O Estado de Minas procurou a AeC a fim de obter posicionamento sobre as convocações.
"A AeC atua há quase 30 anos no mercado, tendo prestado serviços para centenas de empresas, e esclarece que todos os contratos e serviços prestados ao longo de mais de uma década para a Cemig foram pautados pela legalidade, idoneidade e pela absoluta transparência, gerando emprego e renda para o município de Belo Horizonte", informa a empresa em resposta enviada à reportagem.
O executivo é peça importante do eixo da CPI que examina contratos assinados pela Cemig por meio da convalidação, prática que permite a oficialização de atos retroativos. Acordos feitos sem licitação também vão nortear o novo depoimento.
Segundo Professor Cleiton (PSB), sub-relator e vice-presidente do comitê de inquérito, o grupo recebeu um áudio de reunião por meio do canal de denúncias que permite à população o envio de informações relacionadas à Cemig. O encontro gravado teria tido a participação de Hudson Felix.
"Ele vai ter que responder muita coisa. Esse áudio é esclarecedor. O áudio que vamos mostrar desmente muita gente que esteve aqui e disse ao contrário do que está sendo decidido no interior da nossa companhia", disse o pessebista.
Quando esteve frente a frente com os deputados, Hudson falou sobre o acordo entre Cemig e Exec, empresa contratada pela energética para conduzir o processo seletivo que culminou na escolha de Reynaldo Passanezi para presidir a companhia.
Firmado sem que houvesse um pregão, o convênio com a Exec foi assinado depois que Passanezi já havia sido escolhido. A ata da reunião em que os conselheiros da Cemig dão aval ao pagamento dos R$ 170 mil acordados pelo serviço tem, inclusive, a assinatura de Passanezi - empossado presidente em janeiro do ano passado.
Em seu primeiro depoimento, Hudson Felix afirmou ter ouvido de Cledorvino Belini, antigo presidente da Cemig, que a escolha da Exec para intermediar o processo de definição do sucessor partiu do governo estadual. Mesmo sem ter participado das tratativas com a headhunter - companhia responsável por recrutar executivos no mercado -, o diretor assinou a convalidação do contrato.
"O processo de convalidação me deu segurança. Dentro desse processo, a gente verifica se é uma empresa qualificada para tal, e verificamos que sim. A Exec é uma das grandes do mercado, com vários clientes semelhantes à Cemig - ou até maiores. Verificamos, também, o valor contratado, que é abaixo daquilo que usualmente se paga no mercado", sustentou, à época.
Além de Professor Cleiton, assinam o pedido para a nova convocação de Hudson o relator da CPI, Sávio Souza Cruz (MDB), e Beatriz Cerqueira (PT), outra sub-relatora. Os governistas Zé Reis (Podemos) e Zé Guilherme votaram contrariamente.
A Cemig tem garantido que o processo de escolha de Passanezi foi conduzido dentro da legalidade. A empresa se ampara na Lei das Estatais para assegurar a legalidade das contratações feitas sem licitação. Segundo a companhia, a notória especialização das firmas é suficiente para a dispensa de concorrência.
Os componentes da CPI deram sinal verde a ofício que solicita, à Cemig, prestação de contas dos gastos com publicidade nos últimos dois anos. A companhia de luz terá que informar valores, motivação dos acordos e os nomes das empresas contratadas.
Prevista para terminar neste mês, após noventa dias de atividades, a comissão foi prorrogada por mais dois meses. Portanto, os deputados poderão prosseguir com as apurações até fevereiro de 2021, se necessário for.
Foram chamados Ricardo Falci Souza, Gustavo Antônio Wanderley Teixeira, João Luiz Noronha, Celso Mateus Raphael Ramiro, Raphael Ribeiro Dualibi, Luciano Rodrigues da Silva e Gustavo Cavalcanti Morais. Eles vão depor na condição de testemunhas.
A AeC está nos meandros da apuração de contrato de R$ 1,1 bilhão fechado junto à IBM, multinacional de tecnologia. O pacto bilionário contempla funções como o controle do call center que presta suporte aos consumidores. O convênio foi oficializado pouco tempo após a estatal romper acordo com a Audac, que havia vencido concorrência para controlar o atendimento telefônico.
A IBM repassou essa tarefa à AeC, que havia participado - e perdido - do pregão vencido pela Audac. A AeC é de propriedade de Cássio Azevedo, ex-componente do secretariado do governador Romeu Zema (Novo), e morto neste ano, por causa de um câncer.
O Estado de Minas procurou a AeC a fim de obter posicionamento sobre as convocações.
"A AeC atua há quase 30 anos no mercado, tendo prestado serviços para centenas de empresas, e esclarece que todos os contratos e serviços prestados ao longo de mais de uma década para a Cemig foram pautados pela legalidade, idoneidade e pela absoluta transparência, gerando emprego e renda para o município de Belo Horizonte", informa a empresa em resposta enviada à reportagem.
A ideia é dar apoio às investigações. "A empresa reafirma seu compromisso em colaborar com toda e qualquer apuração que demande sua participação e reitera que todas as suas relações institucionais e comerciais sempre se nortearam pela ética e pelo conjunto das melhores práticas de integridade e compliance", aponta a AeC.
Diretor é reconvocado
Ainda nesta quarta, os deputados acertaram que vão interrogar novamente Hudson Felix de Almeida, diretor-adjunto de Gestão de Pessoas da Companhia. Ele compareceu à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 19 de agosto.O executivo é peça importante do eixo da CPI que examina contratos assinados pela Cemig por meio da convalidação, prática que permite a oficialização de atos retroativos. Acordos feitos sem licitação também vão nortear o novo depoimento.
Segundo Professor Cleiton (PSB), sub-relator e vice-presidente do comitê de inquérito, o grupo recebeu um áudio de reunião por meio do canal de denúncias que permite à população o envio de informações relacionadas à Cemig. O encontro gravado teria tido a participação de Hudson Felix.
"Ele vai ter que responder muita coisa. Esse áudio é esclarecedor. O áudio que vamos mostrar desmente muita gente que esteve aqui e disse ao contrário do que está sendo decidido no interior da nossa companhia", disse o pessebista.
Quando esteve frente a frente com os deputados, Hudson falou sobre o acordo entre Cemig e Exec, empresa contratada pela energética para conduzir o processo seletivo que culminou na escolha de Reynaldo Passanezi para presidir a companhia.
Firmado sem que houvesse um pregão, o convênio com a Exec foi assinado depois que Passanezi já havia sido escolhido. A ata da reunião em que os conselheiros da Cemig dão aval ao pagamento dos R$ 170 mil acordados pelo serviço tem, inclusive, a assinatura de Passanezi - empossado presidente em janeiro do ano passado.
Em seu primeiro depoimento, Hudson Felix afirmou ter ouvido de Cledorvino Belini, antigo presidente da Cemig, que a escolha da Exec para intermediar o processo de definição do sucessor partiu do governo estadual. Mesmo sem ter participado das tratativas com a headhunter - companhia responsável por recrutar executivos no mercado -, o diretor assinou a convalidação do contrato.
"O processo de convalidação me deu segurança. Dentro desse processo, a gente verifica se é uma empresa qualificada para tal, e verificamos que sim. A Exec é uma das grandes do mercado, com vários clientes semelhantes à Cemig - ou até maiores. Verificamos, também, o valor contratado, que é abaixo daquilo que usualmente se paga no mercado", sustentou, à época.
Além de Professor Cleiton, assinam o pedido para a nova convocação de Hudson o relator da CPI, Sávio Souza Cruz (MDB), e Beatriz Cerqueira (PT), outra sub-relatora. Os governistas Zé Reis (Podemos) e Zé Guilherme votaram contrariamente.
A Cemig tem garantido que o processo de escolha de Passanezi foi conduzido dentro da legalidade. A empresa se ampara na Lei das Estatais para assegurar a legalidade das contratações feitas sem licitação. Segundo a companhia, a notória especialização das firmas é suficiente para a dispensa de concorrência.
Deputados querem destrinchar verbas de publicidade
Os componentes da CPI deram sinal verde a ofício que solicita, à Cemig, prestação de contas dos gastos com publicidade nos últimos dois anos. A companhia de luz terá que informar valores, motivação dos acordos e os nomes das empresas contratadas.
Prevista para terminar neste mês, após noventa dias de atividades, a comissão foi prorrogada por mais dois meses. Portanto, os deputados poderão prosseguir com as apurações até fevereiro de 2021, se necessário for.